quinta-feira, 16 de junho de 2016

Capítulo #8

Uma incrível batalha acontecia.

Magenta Excalibur, patrono e rei dos Excalibur, a família dos dragões de Espadas, encarnado no corpo extremamente ferido e debilitato de seu filho Soul, enfrentava a Águia de Ouro Aioria, um dos principais membros da Ordem do Zero, reunião das criaturas mais poderosas do universo, responsáveis por manter nivelado o caos e a ordem.

Também feridos, encontravam-se Efito, o lobo e Junito, o coelho, membros do Mundo Fafito, de onde partiram com Soul a procura de objetos sagrados para restabelecer a vida e a paz em seu reino.

A águia, confiante, preparava-se para atacar.

Movendo uma e depois a outra, lançou de suas asas duas láminas de vento que partiram em direção a Magenta.

Ele desviou das duas e falou:

- Gosta de lâminas? Eu tenho uma pra você: EXXXXXCALIBUR!!!

E enviou uma lâmina de energia que a águia segurou com as duas garras, girou em 360º e lançou de volta ao dragão.

Surpreso, ele não esperava pelo golpe, e foi atingido na face, caindo para trás.

Magenta se levantou com mais um corte no rosto, escorrendo sangue em um de seus olhos, impedindo-o de abri-lo.

- Ha! Ha! Ha! Parece preocupado Excalibur. Não se tinha dado conta de que não é imortal? Vou acabar com filho e pai em um só ataque!

Excalibur lambe o sangue que escorre em seu rosto e diz:

- Pode rir pássaro cuco. Vou servir você no jantar de ação de graças.

- Ei, Excalibur! - gritava uma voz ao longe.

O dragão e a águia olharam para a criatura que rastejava.

- Se continuar a lutar assim... ai... vencendo ou perdendo, irá acabar morrendo. - Dizia com dificuldade Efito.

- Mas ainda não morreu? - Perguntou Aioria.

- No, pero todavía tenemos algunos ... - brincou o coelho.

- Hunf! Vermes. - Esnobou a águia e continou. - É o fim para vocês Excaliburs!

- Você fala demais. - Respondeu Magenta e lançou uma labareda de fogo contínuo.

Assim como quando alvejado por balas, o corpo da águia não sofreu dano algum, e ele foi avançando contra o fogo até estar perto o suficiente para ficar em pé com uma pata e com a outra fechar a boca de Magenta com suas garras.

O dragão ficou perplexo diante de tanto poder. 

Com a outra pata, Aioria chutou Excalibur para longe.

Foi caminhando, passo a passo em sua direção.

Caído, Magenta pensava:

- Isso é impossível! Como o corpo de Soul é inútil, ele não está respondendo aos meus comandos. Vamos morrer aqui.

Aioria chegou até Excalibur.

- Tal pai, tal filho. Patéticos. - E mais uma vez levantou sua garra para cravá-la no peito de seu adversário, quando ouviu uma voz distante.

- Eu abaixaria a garra, se fosse você.

- Ora, mas o que é agora?

Quando se virou, Aioria engoliu seco.

Com todo seu resplendor, com espada e asas, o soberano patrono da família de paus se apresentava.

- Maximus Augustus. - Nomeava-o a águia.

M. Augustus era um dragão prateado e de olhos vermelhos. Ele carregava uma espada quase do tamanho dele, e era um dos representantes da Trinca, as maiores famílias de dragões do universo.

- O que faz aqui? - Perguntou Aioria, ficando de pé.

- Bem... esse é o meu reinado. A pergunta é: O que você faz aqui?

- Hm... não se meta nisso, é assunto da Ordem.

- Não aqui. - Disse M. Augustus, com um sorriso irônico e balançando o dedo em sinal de negativo.

- Tem certeza que vai querer criar problema com a Ordem do Zero por causa de uns bastardos como esses? Vamos, não se meta nisso e vá embora pro seu castelo, dragão.

M. Augustus saltou e pouso em frente aos dois, levantando poeira ao aterrizar. 

Empunhou sua espada e encostou a ponta no bico da ave.

- Ouça você, animal. Estas são as terras da Trinca, e é você quem deve sair daqui, caso queira criar problemas conosco. - Entonou ele forte e decisivo.

Aioria olhou nos seus olhos.

- Abaixe a espada.

O dragão frisou seu olhar e a abaixou.

- Eu vou. Mas isto ainda não terminou. 

Olhou para Excalibur e cuspiu, antes de bater as asas e voar dali.

- M-maldito... sussurrou Excalibur no chão.

M. Augustus observava a águia se afastar. Então olhou para o dragão e estendeu a mão.

- Venha, vou te ajudar.

Enquanto o levantava, Efito e Juanito se aproximaram com dificuldade. M. Augustus continuou:

- Que bela surra han?

- Ai... eu dava conta. - Respondeu sorrindo Excalibur e os dois riram e se abraçaram.

- Ah seu desgraçado, que prazer em revê-lo! - Disse o dragão de paus.

- O prazer é meu, velho amigo. - respondeu Magenta. - Como soube que estávamos aqui?

- Eu perceberia sua energia em qualquer lugar do mundo. É o corpo do seu filho?

- Sim, mas foi uma luta para conseguir convence-lo a trocar. Ele é muito teimoso.

- Então puxou o pai.

Os dois riem novamente.

Efito se aproxima com Juanito montado nele:

- Essa troca é para sempre?

- Ei, quem são esses dois, Excalibur?

- Amigos do meu filho e não, não é. Aliás, tenho que voltar. A energia que possuo já está se acabando. Controlar um corpo que não é seu consome muito dela.

- Bom, de qualquer forma foi muito bom te ver Magenta.

- É. Quem sabe a gente se encontra por aí.

- Será um prazer.

Magenta deixa o corpo de Soul e aos poucos, ele recobra a consciência.

- Aaaaah.... - gemia ele de dor. - O que aconteceu?

- Você não se lembra? 

- Não, e quem é você?

- Es Máximo Augusto, la familia palos dragón.

- E também um velho amigo de seu pai. Como você está? - Disse sorrindo M. Augustus.

- Não muito bem...

- Não muito bem? Vocês estão horríveis? Por que se meteram com aquele cara? A Águia Dourada é um dos mais fortes membros da Ordem do Zero. E o pior, se ele não der conta de vocês, na próxima, não estará sozinho.

- Viemos por causa da Espada Excalibur. Precisamos dela pra salvar o nosso mundo. - Respondeu Efito.

- A espada.... bem eu lamento mas ela pertence a Trinca agora. Vocês não podem levá-la.

- Amigo, mira lo que pasamos para llegar hasta aquí. - Respondeu o coelho.

- É! Empresta ela pra gente tio Maximus. A gente devolve. - reforçou Efito.

Sem conseguir falar direito, com o braço apoiado no ombro do dragão, Excalibur suplicou:

- P-por... favor...

M. Augustus suspirou e disse.

- Está bem. Mas vocês precisam partir agora. Os outros dragões vão sentir a presença de vocês aqui.

- E como pretende... nos tirar daqui agora, coelho? - Gemeu Excalibur.

- Ah! Me salvó la mejor para el final! - Respondeu ele e tirou do cachecol um submarino.

Os três embarcaram e M. Augustos os observou partir. 

- Saudades, velho Excalibur. - Pensava consigo mesmo.

- Saudades, velho Augustus. - Lamentava Magenta Excalibur, de volta o gélido e solitário refúgio nas montanhas do Himalaia.


***

Enquanto isso, a rainha Valkíria encontrava-se diante de dois poderosos, anteriormente aliados, Kanon e Saga.

Ferida, ela se levantou mais uma vez diante dos leões.

- Por favor, rainha, não tente mais nada. - Suplicou Saga.

- Não queremos machucá-la ainda mais. - Completou Kanon.

- POR QUE NÃO TENTAM MACHUCAR A MIM?

Aquela voz grave e ignorante. Só podia ser uma pessoa:

- Bruce?! - Disseram os dois leões simultaneamente.

- Ah.. Bruce... - Disse Valquíria com lágrima nos olhos.

- Pensamos que estivesse morto. - Disse Saga.

- Não se meta nisso, sapo. - Ameaçou Kanon.

- NO MEU REINADO? VOCÊS QUEREM MESMO MANDAR ALGUMA COISA AQUI? EU SOU BRUCE, O IMPERADOR DOS SAPOS! E VOCÊS ESTÃO ENFRAQUECIDOS LONGE DA PEDRA DE GÊMEOS.

Os leões se entreolharam. 

- Meninos, vocês sabem que há algo de errado na chegada da Ordem do Zero no Mundo Fafito e em como eles estão conduzindo as coisas. Fazendo prisioneiros? Acha que Babar concordaria com isso?

- Kanon? - Indagou o irmão a ele que rosnou. - Kanon!

- Eles tem razão Saga. Vamos dizer que perdemos o rastro dela. - Respondeu ele olhando nos olhos de Bruce. E depois para Valquíria disse: - Mas não tente nada contra a Ordem, rainha. Eles não pensarão duas vezes antes de matá-la.

Valquíria sorriu e consentiu com a cabeça.

Os dois leões foram embora olhando torto para o sapo.

Quando eles foram embora, Bruce zombou:

- HUNF. COVARDES. NÃO SE FAZEM MAIS SOLDADOS COMO ANTIGAMENTE.

- Ah Bruce! Que bom que está vivo! - Disse Valquiria abraçando-o.

- AQUELE PENHASCO NÃO ERA TÃO SEM FUNDO COMO PARECIA. O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?

- A Ordem do Zero tomou posse do Mundo Fafito. Eu não sei o que estão tramando, mas estão aprisionando todos os habitantes de lá. Não sei como estão Efito, Juanito, Excalibur e Marina. Os dragões, Shura e Dragon agora estão do lado deles, e junto os leões da proteção.

- ESTA HISTÓRIA NÃO ESTÁ ME CHEIRANDO BEM. BOM, AONDE IA?

- Tá afim de viajar sapão? Nós vamos para o Egito.

Bruce sorriu.


Capítulo #7

Marina se aproximava o Mar Mediterrâneo quando observou uma alteração na flutuação da água.

Algo extremamente rápido e feroz vinha em sua direção.

Ela então encolheu-se dentro do casco e passou a mover suas patas velozmente, como um turbilhão, o casco que parecia voar sozinho dentro do mar partiu em fuga do suposto ser. 

Cardumes se abriam e a poeira subia conforme ela nadava próximo ao fundo do mar.

Passavam um e depois outro, muito próximos de si, deixando um rastro e bolhas no oceano.

Como se não bastasse parecer mais ágil, o oponente da tartaruga passou a atacar com tiros de ar. 

Desviando, o ataque fazia estrago onde atingia, deixando bolhas e criaturas mortas, como se fosse uma bomba explodindo. 

Já em pânico e sem mal conseguir desviar dos ataques, Marina foi alvejada e se chocou com um monte de pedras ao longe, causando um desmoronamento daquelas e levantando muita poeira.

Ao longe, o inimigo freou e apenas avistava a destruição, aguardando para ver se seu ataque tinha sido fatal.

Era a carpa, Afrodite que, ao dissipar a poeria, verificou que tratava-se das ruínas de uma antiga civilização. 

Remoendo-se embaixo dos destroços, bastava a Marina o alívio de ter chegado. Estavam no tempo de Poseidon.

- Levante-se. Um casco duro como o seu não se abalaria com um ataque tão banal. - Gritou a carpa.

Algumas bolhas de ar saíram de baixo das pedras e Marina surgiu frisando sua rival.

- Ora, ora. Vocês demoraram para atacar.

- Não pensamos que parasitas como vocês pudessem causar problema. E antes que causem, melhor exterminá-los.

- Bem. - Disse a tartaruga levantando sobre as pedras. - Vai precisar de mais que isso para nos deter.

- Querida, você acha que pode resistir a mais?

Os olhos de Marina incandesceram e ela começou a mover por telecinesia vários blocos de pedra um sobre o outro formando um muro.

E então partiu, nadando rapidamente pelos cantos. Dizia consigo mesma:

-Onde está? Onde está?

Atrás dela, a carpa passou pelo muro destruindo tudo e seguiu na captura.

Os ataques continuaram. Diversos tiros de ar foram disparados como uma metralhadora.

Sem alternativa, Marina seguiu em direção a uma parede e a travessou derrubando pedras, indo parar no que parecia ser um salão de um templo.

Lá dentro, onde a luz não penetrava com clareza, Afrodite se aproximou e observou o corpo de Marina caído no chão. Olhou em volta e viu que haviam pilastras segurando o teto, e montanhas de pedra e corais em cima.

Ela também corou com uma luz incandescente e emitiu um forte grito fazendo tudo ao redor tremer. 

As pilastras foram rachando com o maremoto e em instantes, tudo desabou com grande estrondo e bolhas de ar e poeira. 

Aquela cena garantiu a Afrodite que nem o casco da tartaruga seria capaz de resistir a tamanho desmoronamento. 

Sorriu e partiu como um foguete em direção ao oceano.

Alguns instantes se passaram e as pedras brilharam como os olhos da tartaruga, sugerindo que estavam sendo movida pela telecinesia da mesma. 

Ela se levantou debaixo de todos os escombros. O desmoronamento causado por Afrodite abriu uma nova sala, e lá estava a concha de Poseidon, brilhando como uma miragem em meio aquela destruição. 

Marina deu um tapinha no casco dizendo:

- Valeu casca dura. - e sorriu.

Mas naquele momento, o casco dela trincou em várias partes e muito sangue passou a sair dentre as fendas.

Marina se assustou e cuspiu sangue. A dor era terrível.

Foi perdendo altura dentro da água, parando aos pés da concha, agonizando, e desmaiou.


***


Não muito longe dali, o lobo e o coelho encaravam a águia dourada que os observava e dizia:

- Um lobo e um coelho de pelúcia. Estão brincando comigo? Iriam precisar de um exército para me deter. 

Os dois sorriram. Juanito falou:

- Y eso es lo trajo, amigo.

Ele sacou um controle remoto com alavanca e apertou um botão.

Aioria permanceceu ancioso, mas de repente, uma bomba caiu ao seu lado e ele, assustado, se afastou. Mas mais bombas foram caindo e a águia observou que elas vinham do céu.

Uma frota de aviões estava soltando mísseis em cima dele. 

Então voou para cima, e as aeronaves foram em perseguição a ele.

Aioria batia suas asas, voando sem se mover do lugar, e disparou raios dourados de seus olhos fazendo explodir vários aviões.

- Se puede caer rayos oculares? - Surpreendeu-se Juanito e, movendo a alavanca fez os outros aviões desviarem dos raios. - Vamos a ver lo que puede hacer al respecto!

Os aviões começaram a atacar com metralhadoras, mas elas não surtiam efeito na águia, que parecia como algo blindado.

Irritado, Aioria fez sair de seu corpo uma onda de energia que dizimou todos os brinquedos do coelho.

Conforme eles caiam aos pedaços e esfumaçando, Juanito de boca aberta, retomou a feição de soberbo e disse ao lobo.

- Bueno ... ahora que está contigo lobo. - E sorriu encabulado.

Efito rosnou e se preparou para atacar.

- É só isso que tem? - Indagou a ave ainda em voo.

- Segura essa então: BARREIRA DO SOM!!

Efito utilizou do mesmo ataque que fez contra Excalibur.

As ondas de som foram seguidas, uma atrás da outra e foram levando a águia para longe.

Mas resistindo a pressão, Aioria passou a bater suas asas lentamente e foi acelerando, cada vez mais forte, até com seu bico furar a primeira barreira. 

Logo a segunda e assim por diante se aproximando cada vez mais, e a cada barreira que atravessava, a próxima oferecia menor resistência, até que estava vindo como um foguete na direção dos dois amigos.

- ¡No es posible!

- Aaaaaaaaaaaah!!! Agora vou com todo o meu poder!!

E no momento em que uma imensa onda começava a sair da boca do lobo, a águia estava a sua frente e, movendo a asa como um tapa, mandou a onda de volta contra o lobo, causando uma explosão de ar que atingiu ao redor como uma bomba.

Dentro do castelo, o espírito de Magenta falava com seu filho.

"Então é isso? Vamos morrer aqui. Os Poderosos Excaliburs acabam aqui... onde começamos."

- Não você... - Risos - Você vai continuar sendo uma estátua de ferro num lugar distante no Himalaia. Pra sempre.

"Você prefere morrer assim? Como uma presa nas mãos daquela ave?"

- Efito e Juanito estão cuidando disso.

"Então é melhor você arranjar linha e agulha para costurar seus amigos, por que eles estão em pedaços."

- Não eram grande coisa.... ai.

"Morreram para te salvar." - Disse Magenta e os olhos de Soul se abriram. Ele continuou: "Será mesmo que você é esse verme egoísta que não se importa com mais ninguém?"

- O que posso dizer... - Respondeu Soul virando de barriga para cima, sangrando e respirando com dificuldade. - Não tive uma boa criação.

A voz se alterou, com um certo desespero:

"Rápido Excalibur, ele acabou lá fora."

- Não vou trocar de corpo com você.

"Moleque teimoso, ele... ele chegou."

Aioria entrava na sala:

- A valentia dos seus amigos foi admiravelmente burra. Mas te conseguiram mais alguns instantes de vida. - E chegando bem perto, levantou a pata para cravar suas garras no coração de Soul. - Hora de se juntar a família, Excalibur.

Soul arregalou os olhos e disse:

- Agora pai!

"Eu não ouvi direito."

A águia não podia ouvir a voz de Magenta e estranhou o grito de Excalibur, mas imaginou que ele estava suplicando alguma oração para seu pai. Manteve a pata erguida e a lançou em direção a Excalibur.

- Eu disse AGORA PAI!!!

O corpo de Soul se ergueu do chão em uma explosão de luz rósea e a onda jogou a águia contra a parede.

Seus olhos se acenderam como fogo.

Ele permaneceu levitando, ondas de energia passavam pelo seu corpo, o vento emitido dessa concentração se espalhava levantando poeira e pequenas pedras ao redor.

Magenta possuía o corpo de Soul e ao completar a transformação, abriu a boca e cuspiu um jato de fogo, destruindo o teto de vidro do castelo e atingindo o além, num enorme rugido.

- GGGGGGGGGGGRRRRRRRRRRR!!!!

Ele olhou para a ave, que caída, estava incrédula com o que via.

- M-mas o que é isso?

O dragão se espreguiçou. 

- Aaaaaaah!! Como é bom estar de volta.

- S-Soul? Como readquiriu os poderes?

- É Magenta Excalibur quem vos fala e o prazer é todo seu.

- Ma-genta. - Diz Aioria e recobra o auto controle. - Vocês dragões são umas pragas mesmo. Como nos livramos de vocês?

- Você é Aioria. O pardalzinho da Ordem do Zero. Bem.. - Suspirando, prosegue. - Acho que dá ao menos para se divertir derrotando você.

- Não se faça valer de palavras, dragão. Depois de Galactus, eu sou a ave mais mortal do mundo.

- Ainda assim não passa de uma ave. Já eu sou um dragão. Bom, acho que não preciso dizer mais nada.

Aioria se enfurece e seu corpo passa emitir uma luz dourada.

- Então... MORRA DRAGÃO!!

Disse cuspindo uma rajada de ar. O dragão responde com um jato de fogo e as duas forças se esbarram empatadas em um confronto que emite luz e poder.

Os dois cessam o ataque e irritado, a águia voa para o alto e permanece batendo as asas para se manter no ar.

- Dragões da família Excalibur não podem voar. - Pensou. Logo disse: - Tome isto!

E cada passada que dava em cada asa jogava uma bola de energia em direção ao buraco do teto por onde saiu.

Elas se seguiram, uma após a outra, criando diversas explosões.

Até que parou de atacar, suando, observando a fumaça que as explosões causaram.

E de repente, de dentro da fumaça, Excalibur saiu  como um raio e cravou as garras em seus ombros, olhando ferozmente nos seus olhos, com os seus pegando fogo.

Então girou e lançou a ave contra o solo, causando um estrondo e um buraco no chão onde Aioria caiu.

Excalibur pousou no solo e desfez o sorriso ao ouvir os risos da ave, por dentre a poeira.

- Do que está rindo, infeliz?

- De você.

O dragão fez cara de dúvida a medida que a poeira baixava e Aioria caminhava em direção a ele.

- Você pode ser imortal... mas o corpo em que está não é.

Então Magenta observou o corpo, que apesar de não estar sentindo dor por causa da adrenalina, estava aos farrapos, todo estrupidado e derramando sangue por todas as feridas.

- Você está morto. - Disse a Águia Dourada.

Capítulo #6

Começava a caçada aos habitantes do Mundo Fafito.

A Águia Dourada, Aiorios, seguiu Excalibur, Efito e Juanito até Tunísia, de onde eles pretendiam viajar até a França. 

A Carpa, Afrodite, partia em perseguição a Marina, que se dirigia para o Mar Mediterrâneo, mais precisamente a Grécia, mas ainda estava atravessando o Atlântico. 

Já o Destino de Ághata, ou Valquíria, era o Egito, mas ela ainda não iria muito longe das fronteiras do Mundo Fafito, estava ainda no Mundo dos Sapos, quando seria interceptada por velhos amigos. 

Valquíria voava na escuridão da noite quando dois raios dourados passaram atingindo-a no ar que perdeu o equilíbrio e foi caindo, quebrando os galhos das árvores, até se chocar no chão.

Á frente dela, os raios se chocaram na terra, levantando poeria e estilhaços, até que a vista se tornasse límpida novamente, e ela avistasse Saga e Kanon.

- Senhora, lamentamos mas recebemos ordens de interceptá-la e levá-la de volta ao reino do Mundo Fafito. - Anunciou Kanon.

- As ordens partiram diretamente do Mestre da Ordem do Zero. Não temos alternativa, a senhora precisa nos acompanhar... majestade. - Completou Saga, lembrando que não deixava de mostrar respeito aquela que era sua rainha.

- E por que o uso da violência? - Perguntou Valquíria se limpando da terra. - Era só ter pedido e eu voltaria. Por que me derrubar lá de cima?

Os leões se envergonharam e abaixaram a cabeça pedindo desculpas. A coruja continuou:

- Eu sei por que. Vocês saltaram para me alcançar... Já que leões não voam!!

Disse ela e saiu voando no sentido contrário.

Os leões se entreolharam e correram atrás dela.

Valquíria foi ganhando altura pouco a pouco e os leões foram correndo e saltando de galho em galho, cada vez mais alto até Saga pular e tocar de raspão com sua garra em Valquíria, como em câmera lenta, ela olhou para ele e sorriu a medida que o sorriso dele se fechou e começou a perder o impulso do salto e a se distanciar dela.

Mas no mesmo instante Kanon saltou mais alto que os dois e caiu com violência sobre a coruja quando os dois vieram ao chão.

Kanon saiu de cima dela e Saga se colocou ao lado dele. 

Valquíria olhou para os dois, muito ferida.

- Eu sinto muito, senhora. - Disse Saga.

- Mas daqui não passará. - Entonou Kanon.

***

Com o sol já nascendo, Excalibur, Juanito e Efito se encontravam as marges do Mar Mediterrâneo. 

- Como pretendem atravessar para o velho continente? - Perguntou o Dragão.

- Da mesma forma que vinhemos para a África, certo coelho?

- ¡Sí señor!

De dentro do seu cachecol, (Isso mesmo, de dentro do seu cachecol), Juanito tirou um monomotor.

¡Ahí está!

O dragão olhou incrédulo para aquela cena.

Eles embarcaram.

Ao longe, a Aioria entrava em contato com o Mestre, por rádio:

- Mestre, senhor, os suspeitos entraram em uma espécie de carruagem alada, eu não sei bem o que é.

- Um avião?

- Deve ser, aqueles veículos antigos dos extintos humanos. O que devo fazer?

- Bem, vejamos: Um coelho e um lobo de pelúcia e um dragão que não tem poderes... Pra que eles nos servem?

E via rádio, a águia cerrou o olhar e abriu um sorriso doce.

- Mate a todos. Faça parecer um... desastre aéreo. Ha! Ha! Ha! - Ordenou o Mestre.

E dentro do avião, o lobo e o coelho se divertiam:

- Nossa, que vista linda! - Disse Efito.

 - Tenga cuidado con las turbulencias! - Falou Juanito e começou a fazer manobras, chacoalhando todos dentro da aeronave.

- Ei! Estou ficando enjoado, acho que vou vomitar... - Reclamou, enauseado, Efito.

- Oh, no, usted ha vomitado en el viaje pro Sahara. - Contestou o coelho.

- Pare com isto, vai nos derrubar e... - Dizia Excalibur, mas o instinto lhe fez perceber algo. - Esperem. Esperem!!

E todos ficaram quietos. O dragão continuou:

- Estamos sendo seguidos.

- Sin embargo, no aparece nada en el radar. 

- É Aioria, posso sentir aquela águia maldita se aproximando.

- Já estou vendo. E está se aproximando rápido! Juan, essa bagaça não voa mais rápido? Vai nos alcançar!!

- Estoy intentando amigo!

O dragão olha para todos os lados, e então tem uma ideia.

- Efito, Efito!! Use a tempestade, aquela que você usou quando batalhou contra mim. Isso vai atrasá-lo.

- Certo.

De repente o tempo foi fechando e trovoadas puderam ser ouvidas.

A águia diminuiu a velocidade ao perceber que o centro da tempestade vinha exatamente da aeronave. 

Mas num instante tomou o céu de toda aquela região.

Dentre do avião, o vento e os raios só aumentavam até que os olhos de Efito se acenderam num brilho azul e incandescente e diversos raios começaram a cair em todas de todas as nuvens.

Aioria de pronto desviou de um raio, dois, mas a frequência aumentava e ele foi atingido. Desviava de outros, mas foi sendo atingido e eletrocutado até ir perdendo altitude e cair na água, esfumaçando,

- Pegou ele!! - Comemorou Excalibur, enquanto Efito permanecia em transe, controlando as forças da tempestade, mas Juanito alarmou:

- Sí, pero los rayos son obstáculos para nosotros también!

- Aaaaaaaaaah!!! - Gritaram todos ao serem atingidos por raios.

O avião explodiu, a alguma distância da costa e os tripulantes foram jogados para longe e caíram no mar.

Algum tempo depois, as ondas do mar se chocavam com as rochas.

Na praia mais próxima, elas trouxeram os corpos de cada um dos tripulantes. 

Tossindo, Excalibur se levantou e observou seus companheiros mais distantes.

Eles estavam péssimos. Pelúcias quando molham perdem muito da mobilidade.

- Vou seguir sem vocês. Me alcancem quando secarem.

- Espere... Ex-Excalibur.,, - Sussurrou Efito enquanto cuspia água e prosseguiu. - É perigoso... ir sozinho.

- Agora vocês são um estorvo. Eu sigo sem vocês.

- Tiene razón, niño. - Disse Juanito e chamou o dragão, tirando um rifle de dentro do cachecol e entregando para ele, dizendo. - Tome este amigo, será de gran utilidad.

Excalibur olhou repreensivamente e o ignorou. Seguiu caminhando sobre a areia rumo a floresta.

O Dragão adormeceu em uma caverna na floresta e continuou sua caminhada no segundo dia.

Avistou o castelo de sua família, originalmente na França. Estranhou não haver ninguém por aí.

Na Grã-Betanha localizava-se os domínios da família de paus, na Áustria-Hungria o da de copas  e nos países nórdicos o de ouro.

As portas do castelo, ele foi tomado por uma sombra.

- Você demorou. - Disse Excalibur ao ser que pousava majestosamente as suas costas. 

- Belo truque com os relâmpagos. Não foi obra sua, eu suponho. - Respondeu a águia dourada e ao dragão virar-se para ela, concluiu. - Já que não tem poder nenhum.

- E você veio bancar o anjo exterminador, eu suponho.

- Não antes de descobrir o que veio fazer aqui tão longe,

- Está brincando? Essa resposta é o que me mantem vivo.

A águia sorriu. Caminhando ao redor de Excalibur, zombava dizendo:

- Soul... Soul... Soul Excalibur. Quem diria, um dragão um dia temido, admirado, hoje não passa de um verme prestes a ser exterminado.

Após rodeá-lo, Aioria insistiu nas provocações.

- O que houve? Nenhuma palavra? Não está com medo, está?

- Só um tolo para temer uma criatura ridícula como você. 

Aioria se enfurece, chuta o dragão com sua pata para o alto e antes de começar a cair, voa em sua direção atingindo com o bico como uma flecha, faz a volta e o atinge novamente, mais outras quatro vezes, em uma questão de milésimos.

De olhos e feridas abertas, Excalibur cai em direção ao solo sem sequer saber como foi atingido.

Desaba em meio a cortes profundos e uma poça de sangue.

A águia pousa novamente.

- E então? Está com medo agora? Acha que eu não vou te matar por que quero saber o que vieram fazer aqui? O Mestre quer que vocês se explodam. Minhas ordens são apenas para limpar a terra de pragas como você. O que eu te perguntei foi por exclusiva curiosidade minha. 

Cuspindo sangue, Excalibur se levanta aos poucos e fala:

- Claro que... esse trabalho ridículo coube a você, o menos necessário na Ordem do Zero... Só mais... - E agora rindo. - Uma marionete do Mestrem ha! ha! ha! cof! Cof!

- Ha! Ha! - Ri ironicamente a águia. - Você é um lixo mesmo. Tem mais alguma coisa a dizer antes de eu fincar minha garra e arrancar seu coração fora?

- T-tenho... tenho sim... Cof! Cof! Diga-me como é ser manipulado por outro homem?

Aioria enraivece e lança um faz um ataque sonoro que devasta tudo a sua frente e lança Excalibur contra o portão, fazendo entrar no castelo quebrando tudo até se chocar contra a parede e cair no chão no salão principal.

A águia preparava-se para entrar atrás do dragão quando foi chamada pelos garotos.

- Parado allí, pájaro sucio!

Ele olhou para trás e Efito se juntou ao coelho dizendo:

- Não vamos deixar você atacar nosso amigo sem lutar.

Lá dentro, apenas a luz do sol penetra feixes nas janelas de vidros quebrados. Mas no meio do salão encontrava-se, repousando sobre um suporte, a Espada Excalibur.

Sem mal conseguir abrir os olhos, Soul observava o brilho da espada espelhando a luz do ambiente. 







terça-feira, 10 de março de 2015

Capítulo 5#

- Plutão, meu filho, é um prazer revê-lo.

- Meu nome é Soul.

- É a segunda vez em que me visita em 600 anos e novamente precisa da minha ajuda.

- Fui tratado melhor da última vez que vim.

- O que você esperava? Você perdeu todo o poder que lhe dei, o que lhe ajudei a conquistar, fora o que você já tinha. Você deixou de ser um dragão. É apenas um lagarto gigante que não solta fogo. Uma desonra para todos os Excaliburs.

Soul Excalibur sorriu por um momento e respondeu ao seu pai:

-  E ser uma estátua de ferro deve ser bem honroso. Escuta, foi muito trabalhoso vir até aqui sem caminhando, então se não tem nada para me ajudar eu...

- Espere. Ainda existe um modo de você não ser totalmente inútil.

Os olhos do filho frisavam Magenta Excalibur, que prosseguiu:

- Filho, você destruiu os seus irmãos e por tua causa sua mãe também se foi. Somos os únicos Excaliburs vivos. A diferença é que eu tenho poder e nenhum corpo, e você só o corpo.

- Acha que eu vou trocar de lugar com você para ficar parado e sozinho em cima de uma montanha? Isso é pior que estar morto.

- É uma troca momentânea, você pode fazê-la sempre que achar necessária.

S. Excalibur se vira e de longe se despede:

- Vai sonhando, velho.

***

Efito e Juanito deixaram o Mundo Fafito.

Seguiam em direção ao norte, rumo as zonas quentes do equador, onde se localizava um deserto.

- Céus... que calor. - Reclamava Efito, o lobo.

- Maricón.

- Hunf! Pra você é fácil aguentar essa sol, veio do México...  - Continuou a lamentar o lobo. Observou o coelho e completou: - Poderia ao menos tirar esse cachecol? Não sabe a aflição que isso me dá.

- ¿Qué ha pasado aquí? Hay restos óseos en todas partes. - Disse Juanito, mais preocupado com o cenário, repleto de esqueletos de aves por todos os lados.

- Você não sabe? Excalibur assassinou um milhão de urubus neste deserto.

- Un millón?

- Sim... - Arfando. - As carcaças estão aumentando. Devemos estar perto.

- Cierre a qué?

- Daquilo.

Os dois amigos avistavam em meio a poeira e o calor insuportável que fazia o monte de rochas, no meio do deserto, parecer uma miragem.

Se aproximando, eles viram uma caverna no meio do monte.

Efito observou com os olhos quase fechados, devido as nuvens de areia. Gritou:

- Excalibur!!

Nada aconteceu.

Então ele insistiu:

- Excalibur!! Apareça!! Sabemos que está aí!!

-Lo Excalibur haciendo aquí, solo en el medio del desierto?

Efito respirou fundo. Respondeu olhando para Excalibur que aparecia do alto da caverna:

- Se escondendo... esperando a morte chegar.

Excalibur o olhava nos olhos. Desceu até eles.

- ¿Qué estás haciendo hombre? - Perguntou Juanito indignado.

- O que vocês querem? - Perguntou Excalibur com voz sombria. - E como me acharam?

- Ágatha nos disse que estaria aqui.

- Quem?

- Ela diz ser do clã da rainha do Mundo Fafito e que estava na batalha no Mundo dos Sonhos. Ela também nos contou que você perdeu seus poderes e por isso teria se exilado aqui.

Excalibur permaneceu confuso. Perguntou:

-Esta tal Ágatha disse que é do mesmo clã de Valquíria?

- ¿Quién es ese Valkyrie?

O dragão piscou os olhos e então entendeu. Lembrou do feitiço que a bruxa lançou sobre os reis, e que ninguém mais lembraria da existência deles.

- Não é ninguém. Sumam daqui.

Efito prestou atenção a Excalibur. Pensou consigo mesmo:

"Valquíria... então é esse o nome da nossa rainha."

Excalibur se virava para subir de volta a caverna quando Efito o interrompeu:

- Espere Excalibur! Precisamos da sua ajuda.

Ele parou, suspirou e continuou muito bravo:

- Já disse para me deixarem em paz.

- Olha Excalibur, eu sei que deve estar sendo difícil pra você ter perdido todo o seu poder. Está fragilizado, achando que não pode mais fazer nada de útil na vida, eu entendo. Mas nós estamos aqui para dizer que você ainda pode fazer a diferença.

Excalibur ficou parado. Então simplesmente ignorou-os e começou a subir as rochas.

O coelho se irritou:

- No le des la espalda, cobarde!

O dragão saltou até o coelho e agarrou o coelho pelo cachecol:

- Eu ainda tenho garras e dentes, coelho. - Ameaçou.

- Escute Excalibur, o que temos a fazer é algo extremamente grandioso. Talvez até, você consiga seus poderes de volta. - Disse Efito, de pronto para separar os dois.

Excalibur que encarava Juanito, olhou para o lobo. então soltou o coelho que, irritado, limpou-se de onde o dragão havia lhe segurado.

Bufando, Excalibur perguntou:

- Em que diabos querem a minha ajuda?

Efito suspirou em alivio. Então, mais calmo, explicou:

- Precisamos que nos leve até a espada do Rei Arthur. Soubemos que ela encontra-se sob domínio da família Excalibur na Grã-Bretanha. Você é o último Excalibur vivo. Ela é sua por direito.

O dragão ficou pensativo. Então falou:

- A Trinca ficou responsável pelo castelo e todas as posses da família de espadas. Devem haver guardas por lá.

- No te preocupes dragón, haremos que su seguridad. - Disse Juanito e empunhou suas armas: -  Con esta aquí!

Excalibur pareceu irônico e comentou:

- Irão precisar de mais do que balas para enfrentar a Trinca. São os dragões mais poderosos da Terra.

- Precisamos tentar, Excalibur. Só assim poderemos trazer Liah, Panda e nossos reis de volta a vida.

O dragão olhou para Efito desconfiado.

Seguiu andando.

- Oye, ¿va?

- Vamos andando... a Europa é muito longe daqui.

Efito ficou estático vendo o dragão se afastar. Mas olhou para Juanito e sorriu. O coelho retribuiu o sorriso e eles seguiram Excalibur em meio a tempestade de areia.

***

No Mundo Fafito, Marina conversava com o Mestre:

- Então você quer deixar o Mundo Fafito? - Perguntava o Mestre.

- Bem, meu senhor, agora que os nossos reis foram assassinados, e que o senhor instituiu Aldebaran para ser o provisório administrador deste reino, eu não tenho mais motivos para permanecer aqui. Retornarei ao meu antigo lar e lá passarei os últimos dias que me restam.

- Até onde sei, tartarugas vivem muitos anos. - Comentou o Mestre e riu. Continuou: - Tem certeza de que quer passar tanto tempo assim sozinha e isolada de tudo? Sem falar que o Templo de Poseidon foi anexado a domínios do Eixo.

- Bem, de qualquer forma, ainda é o meu lar. E eu tenho certeza de que a Ordem do Zero irá acabar com o Eixo do Caos. Em breve lá se tornará um local livre novamente.

- Concordo. Bem... vá em paz tartaruga.

Marina consentiu e se afastou.

- Um estorvo a menos por aqui. - Pensou a coruja.

***

Mais tarde, Afrodite batia a porta do quarto no palácio, onde o Mestre apossou como seu aposento.

- Mestre!!

- O que houve Afrodite? Já é tarde.

- Perdoe-me senhor. Fiquei sabendo que a tartaruga Marina partiu do Mundo Fafito.

- Sim, é verdade, algum problema.

- Na verdade sim, senhor. Hoje o coelho Juanito e o lobo Efito também partiram daqui. Todos estavam na reunião secreta que Morgana comentou. Eles estão se dividindo por algum motivo.

- Entendo. - Disse o Mestre pensativo. - Morgana tinha razão, estão conspirando. Carpa, vá até os Leões e digam que empeçam a forasteira de se ausentar do Mundo Fafito também. Mande a Águia atrás destes elementos e vá você mesma investigar o destino de Marina. Quero todos aqui de volta sob nossa custódia já!

- Sim senhor, agora mesmo, senhor. - Disse Afrodite e partiu.

- Que estão tramando habitantes do Mundo Fafito? - Falou consigo mesmo, frisando os olhos e fechando a mão, o Mestre.




Capítulo 4#

A peque coruja permanecia inquieta, andando de um lado para o outro.

- Até quando vamos ficar aqui nesse fim de mundo? Quando vamos enfrentar o Tentáculo? Essa terra só tem gente fraca, por que o Mundo Fafito é tão importante para a Ordem?

Suas perguntas consecutivas não despertavam a atenção de Conrado.

- Ei você não está me escutando? - Perguntou ela se virando para Conrado, que permanecia olhando para o horizonte. Em seguida deu três batidas com asa em sua cabeça. - Tem alguém aí dentro?

- Desculpe, mas você faz muitas perguntas. Não pode simplesmente aguardar novas ordens?

- O que é você, um robô? Quando me falavam de você, eu pensei que fosse um cara mais legal. Bom na verdade sempre se referiram a você como um idiota, mas... já faz a diferença.

Conrado faz cara de dúvida quando Katheryne o chama de idiota.

- Eu não me lembro de como eu era.

- Bem, eu também não me lembro de você. Quando a gente é ressuscitado pela Ordem, esquece da vida anterior. Somente memórias programadas são disponibilizadas.

- Então... você também já morreu?

- Sim, muitas vezes. É sua primeira vez?

Conrado fica pensativo. Ainda não lhe ocorrera discutir sobre vida e morte. A única coisa que se importava era seguir as ordens da Ordem do Zero e de sua mestra Morgana.


***


Em outra parte do Mundo Fafito, Valquíria descansava observando o entardecer. 

- Pode sair daí Efito. Eu sei que você está me observando há algum tempo.

Efito, desconfiado, se aproxima.

- Quando percebeu minha presença?

- Há alguns minutos. O que você quer?

O lobo se sentou ao lado da coruja e começou a falar:

- É impressionante essa sensação de que te conheço de algum lugar.

Valquíria sorri e diz:

- Tenho ouvido bastante essa frase ultimamente.

- Mais estranho que isso  é que você aparenta ser uma criatura incrivelmente confiável.

- Vá direto ao ponto lobo.

Efito olha para os lados. Então passa a cochichar:

- Nós não sabemos o que aconteceu com nossos reis. Mas se a Ordem do Zero realmente quisesse nos ajudar, não teriam vindo tão tarde. Eles disseram que Morgana estava enfeitiçada pelos inimigos do Mundo dos Sonhos. Eu, Marina e Juanito não enxergamos verdade no que eles nos dizem.

Valquíria apenas sorri ao ver que não era a única a suspeitar da Ordem do Zero.

- Nós temos uma oportunidade de recuperar as vidas perdidas nas batalhas, e assim também reaver o Mundo Fafito de volta.

A coruja abriu os olhos e virou-se para Efito.

Ele mais uma vez olhou para os lados e continuou:

- Mas estamos sendo vigiados. Caso você tenha interesse, encontre-me na minha toca hoje a meia noite. Observe se não está sendo seguida.

Dito isso, ele afastou-se sem esperar uma resposta.

Morgana os observava de longe. Em seguida voou ao encontro do Mestre.

- Mestre?

O Mestre estava atarefado com um monte de pergaminhos e mapas.

- O que houve? Não vê que o Mestre está ocupado? - Interrompeu-a, Carpa.

- Oh, me perdoe. É que trago relatório sobre a forasteira que o Mestre ordenou que eu vigiasse.

O Mestre parou o que estava fazendo e olhou para Morgana.

- Deixe-a Afrodite. Pode falar meu bem.

- O Lobo convidou-a para uma reunião particular hoje a noite. Parece que a tartaruga e o coelho também devam comparecer.

Todos ficam em silêncio até que Afrodite fala
:
- É só isso? Nos interrompeu para isto?

- Uma conspiração, meus caros. Está óbvio que se trata disso. - Disse elevando sua voz a Águia Dourada.

- É isso que acontece com vermes. Eles rastejam, se reagrupam, nunca nos livramos dessas pragas. - Trovejou Aldebaran.

- Fiquem calmos todos vocês. O que essas pobres criaturas podem nos fazer de mal? Na certa estão desesperados por terem perdido seus reis... Não, eles não são idiotas, eles sabem que não é só isso. Na verdade perderam o seu reino também. 

Após a explicação do Mestre, todos se acalmaram. Ele virou-se para Morgana e disse:

- Ótimo trabalho Morgana, veja se consegue descobrir o que eles tramam nessa reunião, só por garantia.

- As suas ordens, senhor. - Disse a coruja e desapareceu. 


Mais tarde, Valquíria chegou a entrada da toca do lobo. Olhou em volta e entrou. A espreita, Morgana se envolvia na escuridão.

Lá dentro, um túnel enorme iluminado a tochas flamejantes, dava para uma sala interior. Lá, em torno de uma fogueira estavam Marina, Juanito e Efito.

Valquíria ficou a contemplar a fogueira:

- Fogo mágico... Ótimo. Estava preocupada para onde sairia a fumaça dentro desse buraco.

- Ella sabe que el fuego sin humo. - Falou baixinho Juanito para Efito.

- Gosta de magia, Ágatha? - Perguntou Marina.

- Já conheci alguns magos e feiticeiras.

- Bueno, este fuego es todo lo que queda de la magia aquí.

- Até agora. - Rebateu Efito e sorrindo, falou para Valquíria: - Você já ouviu falar da Terra da Magia, Ágatha?

Valquíria sorriu e acenou com a cabeça.

- Ótimo. Uma antiga amiga do rei está tentando nos auxiliar, de forma sutil, pois também não deve envolver seu reino em nossas guerras. Ela entregou a Efito uma lista com itens para realizarmos um feitiço de regeneração. - Explicou Marina.

Valquíria pega o pergaminho que lhe é entregue por Efito. 

-El hechizo traer a nuestros amigos de vuelta a la vida. - Continuou o coelho.

- Nossos reis, Panda, Liah... - Citou o lobo com um sorriso saudoso.

A coruja olhou para ele, e voltou a olhar para o pergaminho. Então comentou:

- Vocês acham mesmo que isso dará certo?

- Nós precisamos acreditar em alguma coisa, estrangeira. Nos tiraram tudo... esperança foi só o que sobrou.

"Esperança..." - Sussurrou Valquíria pensativa. Então sorriu e falou: - Isso basta!!

- ¡Viva!

Mas Marina conteve os ânimos:

- Não devemos contar sobre esse plano para ninguém. Nem mesmo ao nossos amigo Shura, que serve a Ordem, e os leões da proteção que também o seguem.

- Tudo bem mas... fazem ideia do quanto esses itens são impossíveis de se encontrar? - Falou Valquíria descordando com a cabeça.

- Queremos começar pelo mais fácil. Ou pelo menos o item que sabemos a localização. A espada do rei Arthur encontra-se em poderio da família Excalibur há diversas gerações. Achamos que o nosso dragão pode saber onde ela está guardada agora.

- Soul Excalibur? 

- Você também o conhece? Caramba Ágatha, parece que você sempre esteve entre nós. - Comentou Efito surpreso.

- Pero no sabemos donde Excalibur es. 

- Um Excalibur ferido... sei exatamente aonde ele está. Mas não é no Mundo Fafito. Teremos que viajar.

- Se não se importa Ágatha, eu e os meninos já traçamos um plano para encontrar estes itens. Então optamos por nos dividir para agilizar essa missão. Efito e Juanito irão atrás de Excalibur. Eu voltarei ao mar para conseguir a Concha do Templo de Poseidon. E você, caso aceite esta missão, terá de localizar e conseguir uma...

- Pena da Fênix... - Completou Valquíria suspirando.

Capítulo 3#

Na sala de reuniões da Ordem do Zero, uma grande discussão acontecia quando o Mestre aproximou-se:

- O que está acontecendo?

- Mestre!

- Senhor. Excalibur do Mundo Fafito exterminou todos os sapos.

- Excalibur? - Disse o Mestre e sentou-se. - Esse dragão é incrível!! Fez todo o trabalho sujo por nós.

- Nem tando senhor. Quando matou os sapos, Excalibur matou também a imperatriz Lasley e o Mundo dos Sonhos declarou guerra contra o Mundo Fafito.

- Uau! Não para de melhorar!! Agora nós vamos ao Mundo Fafito, unimos forças e...

- Senhor... - Interrompeu-o Carpa.

- O que?

- O Mundo dos Sonhos aniquilou o Mundo Fafito... Shura e Dragon fugiram. Excalibur e os reis do Mundo Fafito foram derrotados e Morgana e Conrado estão mortos.

O Mestre ficou perplexo. Ainda com o sorriso aberto, agora bem mais sem graça, ele bateu um copo sobre a mesa e gritou:

- Como isso é possível?! O Mundo Fafito reúne diversas das criaturas mais poderosas do universo. Shura, Dragon, Excalibur e até Morgana!!

- Achamos que o próprio Tentáculo esteve presente nesta batalha, segundo nossos registros. - Notificou Aldebaran.

- Morgana... - Sussurrou o Mestre. - Como está a Árvore da Vida?

- Morrendo senhor, como havíamos dito antes. - Informou Aldebaran.

- Ela é capaz de ressuscitar nossas duas baixas?

- Acreditamos que sim. Mas como sempre, Morgana e Conrado despertaram sem memória de sua vida anterior. Eles estarão sem alma.

O Mestre ficou pensativo. Em seguida ordenou:

- Faça isso.

Aldebaran saiu da sala.

Carpa olhou para o Mestre, visivelmente abalado.

- Vamos ter que atacar o Tentáculo.

- Eu sei... - Disse ele pensativo. - Eu sei...


Um pouco mais tarde, a Águia Dourada aproximou-se de um tanque de água, do tamanho de uma sala.

Lá, Kathy permanecia de olhos fechados, flutuando dentro d´água.

Ele bateu no vidro e ela abriu os olhos. Ele fez sinal para que ela saísse.

- O que houve, cof !cof!. - Disse ela tossindo saindo de dentro do tanque. - Estava para quebrar o meu recorde de três dias sem respirar debaixo de água.

- Cale-se verme inútil. Nós vamos para o Mundo Fafito.

Kathy sorriu. Sempre quis conhecer o tal lugar. Mas seu sorriso se fechou quando a Águia prosseguiu falando:

- Chegou a hora. Chegou o grande momento. O momento em que a Ordem do Zero vai esmagar o Eixo do Caos.

Ela ficou pensativa. Depois confirmou com a cabeça e foi se secar.



Mais tarde, o Mestre foi ver Morgana.

- Morgana...

- Mestre, senhor. - Disse ela se curvando.

Ele se aproximou e a abraçou.

- É bom te ter de volta.

Morgana permaneceu sem entender. Manteve sua posição de soldado.

O Mestre a olhava com tristeza, pois sabia que ela não se lembrava de nenhuma das suas noites de amor. Ficou com raiva por dentro e jurou se vingar de quem tinha causado a morte da sua amada. 

Aquela pessoa a sua frente... não passava de uma casca vazia.


***

A Ordem do Zero chegou no Mundo Fafito. 

De toda a sua população somente restaram a General Marina, os Leões da Proteção, o coelho Juanito e o lobo Efito.

O Mestre notou a presença de Valquíria, que adotava o nome de Ágatha.

- Quem é aquela forasteira? - Perguntou a Carpa que respondeu:

- Ela não consta nos registros. Outra coisa estranha que aconteceu foi a remoção de todos os registros dos reis dos Mundos dos Sapos e Fafito.

- Estranho. Peça para os leões da proteção localizarem Shura. Ele é o seu mestre, possuem uma conexão.

O Mestre se aproximou de Ágatha.

- Ágatha é o seu nome, certo?

- Sim senhor. - Disse ela encarando-o debaixo.

- Bem... os outros habitantes não a conhecem. De onde você vem?

- Venho do mesmo clã da rainha. Vim para o Mundo Fafito depois que a missão para combater o Mundo dos Sonhos foi mal sucedida.

- Entendo... Bom, é sempre bem vinda uma criatura com tanta beleza como a sua.

Ágatha corou. Respondeu sem graça.

- Muito obrigada.

- Eu que agradeço por ser esse colírio aos meus olhos. Bem... seja bem vinda. Eu sei que as coisas não andaram muito bem por aqui, mas... agora que eu cheguei, tudo vai ficar melhor. Você vai ver.

Ela sorriu e se afastou.

Sozinha, falava consigo mesma.

- Maldito hipócrita. Onde ele estava quando nós fomos aniquilados?

- Falando sozinha rainha Valquíria?

A coruja tomou um susto ao ser chamada pelo verdadeiro nome. Virou-se e viu Shura e Dragon.

- Que susto... Bom ver vocês.

- O que pretende usando uma identidade falsa? - Perguntou Shura,

- E que nome horrível! Sabe um nome que seria legal? Dragona. - Zombou Dragon.

Valquíria respirou fundo.

- O que queriam que eu fizesse? Que eu chegasse e falasse: "Oi, meu nome é Valquíria, vocês não se lembram de mim, mas por favor, cumpram minhas ordens, eu sou sua rainha."

- E por que não? - Perguntou Dragon.

- Bem, é difícil ser rainha quando seu reinado foi tomado pelas criaturas mais poderosas do universo. E vocês? Por que voltaram?

- Por que agora é seguro. - Falou com ironia, Dragon.

- Perdoe-me rainha, mas se nós tivéssemos continuado naquela batalha sem sentido, dificilmente estaríamos aqui, vivos para contar a história. Eu sinto muito por Babar.

Valquíria estava abatida e jogava pedras ao longe. 

- Não me chame de rainha. Não lamente por Babar. Ele foi um herói. Morreu lutando e não fugindo.

- É mas isso não muda o fato de que ele está morto, não é?

- Dragon! - Repreendeu-lhe o irmão.

Valquíria ignorou-os. Em seguida perguntou:

- O que pretendem fazer agora?

- Já falamos com o Mestre. Não sabíamos que você estava aqui então dissemos que os reis estão mesmo mortos. - Disse Shura.

- Nós vamos partir para lutar contra o Eixo do Caos. Já avisamos sobre Safira. O Mestre está disposto a enfrentá-la mesmo ciente dos riscos. - Completou Dragon.

- Vão dizer a ele quem eu sou na verdade?

- Por mim, tanto faz. Você, rainha ou não, não é mais nada por aqui. - Disse Dragon.

Shura falou antes de se despedir.

- Eu lamento mesmo, Valquíria.

Ela virou a cabeça. Fechou os olhos em lamentação.