quinta-feira, 16 de junho de 2016

Capítulo #8

Uma incrível batalha acontecia.

Magenta Excalibur, patrono e rei dos Excalibur, a família dos dragões de Espadas, encarnado no corpo extremamente ferido e debilitato de seu filho Soul, enfrentava a Águia de Ouro Aioria, um dos principais membros da Ordem do Zero, reunião das criaturas mais poderosas do universo, responsáveis por manter nivelado o caos e a ordem.

Também feridos, encontravam-se Efito, o lobo e Junito, o coelho, membros do Mundo Fafito, de onde partiram com Soul a procura de objetos sagrados para restabelecer a vida e a paz em seu reino.

A águia, confiante, preparava-se para atacar.

Movendo uma e depois a outra, lançou de suas asas duas láminas de vento que partiram em direção a Magenta.

Ele desviou das duas e falou:

- Gosta de lâminas? Eu tenho uma pra você: EXXXXXCALIBUR!!!

E enviou uma lâmina de energia que a águia segurou com as duas garras, girou em 360º e lançou de volta ao dragão.

Surpreso, ele não esperava pelo golpe, e foi atingido na face, caindo para trás.

Magenta se levantou com mais um corte no rosto, escorrendo sangue em um de seus olhos, impedindo-o de abri-lo.

- Ha! Ha! Ha! Parece preocupado Excalibur. Não se tinha dado conta de que não é imortal? Vou acabar com filho e pai em um só ataque!

Excalibur lambe o sangue que escorre em seu rosto e diz:

- Pode rir pássaro cuco. Vou servir você no jantar de ação de graças.

- Ei, Excalibur! - gritava uma voz ao longe.

O dragão e a águia olharam para a criatura que rastejava.

- Se continuar a lutar assim... ai... vencendo ou perdendo, irá acabar morrendo. - Dizia com dificuldade Efito.

- Mas ainda não morreu? - Perguntou Aioria.

- No, pero todavía tenemos algunos ... - brincou o coelho.

- Hunf! Vermes. - Esnobou a águia e continou. - É o fim para vocês Excaliburs!

- Você fala demais. - Respondeu Magenta e lançou uma labareda de fogo contínuo.

Assim como quando alvejado por balas, o corpo da águia não sofreu dano algum, e ele foi avançando contra o fogo até estar perto o suficiente para ficar em pé com uma pata e com a outra fechar a boca de Magenta com suas garras.

O dragão ficou perplexo diante de tanto poder. 

Com a outra pata, Aioria chutou Excalibur para longe.

Foi caminhando, passo a passo em sua direção.

Caído, Magenta pensava:

- Isso é impossível! Como o corpo de Soul é inútil, ele não está respondendo aos meus comandos. Vamos morrer aqui.

Aioria chegou até Excalibur.

- Tal pai, tal filho. Patéticos. - E mais uma vez levantou sua garra para cravá-la no peito de seu adversário, quando ouviu uma voz distante.

- Eu abaixaria a garra, se fosse você.

- Ora, mas o que é agora?

Quando se virou, Aioria engoliu seco.

Com todo seu resplendor, com espada e asas, o soberano patrono da família de paus se apresentava.

- Maximus Augustus. - Nomeava-o a águia.

M. Augustus era um dragão prateado e de olhos vermelhos. Ele carregava uma espada quase do tamanho dele, e era um dos representantes da Trinca, as maiores famílias de dragões do universo.

- O que faz aqui? - Perguntou Aioria, ficando de pé.

- Bem... esse é o meu reinado. A pergunta é: O que você faz aqui?

- Hm... não se meta nisso, é assunto da Ordem.

- Não aqui. - Disse M. Augustus, com um sorriso irônico e balançando o dedo em sinal de negativo.

- Tem certeza que vai querer criar problema com a Ordem do Zero por causa de uns bastardos como esses? Vamos, não se meta nisso e vá embora pro seu castelo, dragão.

M. Augustus saltou e pouso em frente aos dois, levantando poeira ao aterrizar. 

Empunhou sua espada e encostou a ponta no bico da ave.

- Ouça você, animal. Estas são as terras da Trinca, e é você quem deve sair daqui, caso queira criar problemas conosco. - Entonou ele forte e decisivo.

Aioria olhou nos seus olhos.

- Abaixe a espada.

O dragão frisou seu olhar e a abaixou.

- Eu vou. Mas isto ainda não terminou. 

Olhou para Excalibur e cuspiu, antes de bater as asas e voar dali.

- M-maldito... sussurrou Excalibur no chão.

M. Augustus observava a águia se afastar. Então olhou para o dragão e estendeu a mão.

- Venha, vou te ajudar.

Enquanto o levantava, Efito e Juanito se aproximaram com dificuldade. M. Augustus continuou:

- Que bela surra han?

- Ai... eu dava conta. - Respondeu sorrindo Excalibur e os dois riram e se abraçaram.

- Ah seu desgraçado, que prazer em revê-lo! - Disse o dragão de paus.

- O prazer é meu, velho amigo. - respondeu Magenta. - Como soube que estávamos aqui?

- Eu perceberia sua energia em qualquer lugar do mundo. É o corpo do seu filho?

- Sim, mas foi uma luta para conseguir convence-lo a trocar. Ele é muito teimoso.

- Então puxou o pai.

Os dois riem novamente.

Efito se aproxima com Juanito montado nele:

- Essa troca é para sempre?

- Ei, quem são esses dois, Excalibur?

- Amigos do meu filho e não, não é. Aliás, tenho que voltar. A energia que possuo já está se acabando. Controlar um corpo que não é seu consome muito dela.

- Bom, de qualquer forma foi muito bom te ver Magenta.

- É. Quem sabe a gente se encontra por aí.

- Será um prazer.

Magenta deixa o corpo de Soul e aos poucos, ele recobra a consciência.

- Aaaaah.... - gemia ele de dor. - O que aconteceu?

- Você não se lembra? 

- Não, e quem é você?

- Es Máximo Augusto, la familia palos dragón.

- E também um velho amigo de seu pai. Como você está? - Disse sorrindo M. Augustus.

- Não muito bem...

- Não muito bem? Vocês estão horríveis? Por que se meteram com aquele cara? A Águia Dourada é um dos mais fortes membros da Ordem do Zero. E o pior, se ele não der conta de vocês, na próxima, não estará sozinho.

- Viemos por causa da Espada Excalibur. Precisamos dela pra salvar o nosso mundo. - Respondeu Efito.

- A espada.... bem eu lamento mas ela pertence a Trinca agora. Vocês não podem levá-la.

- Amigo, mira lo que pasamos para llegar hasta aquí. - Respondeu o coelho.

- É! Empresta ela pra gente tio Maximus. A gente devolve. - reforçou Efito.

Sem conseguir falar direito, com o braço apoiado no ombro do dragão, Excalibur suplicou:

- P-por... favor...

M. Augustus suspirou e disse.

- Está bem. Mas vocês precisam partir agora. Os outros dragões vão sentir a presença de vocês aqui.

- E como pretende... nos tirar daqui agora, coelho? - Gemeu Excalibur.

- Ah! Me salvó la mejor para el final! - Respondeu ele e tirou do cachecol um submarino.

Os três embarcaram e M. Augustos os observou partir. 

- Saudades, velho Excalibur. - Pensava consigo mesmo.

- Saudades, velho Augustus. - Lamentava Magenta Excalibur, de volta o gélido e solitário refúgio nas montanhas do Himalaia.


***

Enquanto isso, a rainha Valkíria encontrava-se diante de dois poderosos, anteriormente aliados, Kanon e Saga.

Ferida, ela se levantou mais uma vez diante dos leões.

- Por favor, rainha, não tente mais nada. - Suplicou Saga.

- Não queremos machucá-la ainda mais. - Completou Kanon.

- POR QUE NÃO TENTAM MACHUCAR A MIM?

Aquela voz grave e ignorante. Só podia ser uma pessoa:

- Bruce?! - Disseram os dois leões simultaneamente.

- Ah.. Bruce... - Disse Valquíria com lágrima nos olhos.

- Pensamos que estivesse morto. - Disse Saga.

- Não se meta nisso, sapo. - Ameaçou Kanon.

- NO MEU REINADO? VOCÊS QUEREM MESMO MANDAR ALGUMA COISA AQUI? EU SOU BRUCE, O IMPERADOR DOS SAPOS! E VOCÊS ESTÃO ENFRAQUECIDOS LONGE DA PEDRA DE GÊMEOS.

Os leões se entreolharam. 

- Meninos, vocês sabem que há algo de errado na chegada da Ordem do Zero no Mundo Fafito e em como eles estão conduzindo as coisas. Fazendo prisioneiros? Acha que Babar concordaria com isso?

- Kanon? - Indagou o irmão a ele que rosnou. - Kanon!

- Eles tem razão Saga. Vamos dizer que perdemos o rastro dela. - Respondeu ele olhando nos olhos de Bruce. E depois para Valquíria disse: - Mas não tente nada contra a Ordem, rainha. Eles não pensarão duas vezes antes de matá-la.

Valquíria sorriu e consentiu com a cabeça.

Os dois leões foram embora olhando torto para o sapo.

Quando eles foram embora, Bruce zombou:

- HUNF. COVARDES. NÃO SE FAZEM MAIS SOLDADOS COMO ANTIGAMENTE.

- Ah Bruce! Que bom que está vivo! - Disse Valquiria abraçando-o.

- AQUELE PENHASCO NÃO ERA TÃO SEM FUNDO COMO PARECIA. O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?

- A Ordem do Zero tomou posse do Mundo Fafito. Eu não sei o que estão tramando, mas estão aprisionando todos os habitantes de lá. Não sei como estão Efito, Juanito, Excalibur e Marina. Os dragões, Shura e Dragon agora estão do lado deles, e junto os leões da proteção.

- ESTA HISTÓRIA NÃO ESTÁ ME CHEIRANDO BEM. BOM, AONDE IA?

- Tá afim de viajar sapão? Nós vamos para o Egito.

Bruce sorriu.


Capítulo #7

Marina se aproximava o Mar Mediterrâneo quando observou uma alteração na flutuação da água.

Algo extremamente rápido e feroz vinha em sua direção.

Ela então encolheu-se dentro do casco e passou a mover suas patas velozmente, como um turbilhão, o casco que parecia voar sozinho dentro do mar partiu em fuga do suposto ser. 

Cardumes se abriam e a poeira subia conforme ela nadava próximo ao fundo do mar.

Passavam um e depois outro, muito próximos de si, deixando um rastro e bolhas no oceano.

Como se não bastasse parecer mais ágil, o oponente da tartaruga passou a atacar com tiros de ar. 

Desviando, o ataque fazia estrago onde atingia, deixando bolhas e criaturas mortas, como se fosse uma bomba explodindo. 

Já em pânico e sem mal conseguir desviar dos ataques, Marina foi alvejada e se chocou com um monte de pedras ao longe, causando um desmoronamento daquelas e levantando muita poeira.

Ao longe, o inimigo freou e apenas avistava a destruição, aguardando para ver se seu ataque tinha sido fatal.

Era a carpa, Afrodite que, ao dissipar a poeria, verificou que tratava-se das ruínas de uma antiga civilização. 

Remoendo-se embaixo dos destroços, bastava a Marina o alívio de ter chegado. Estavam no tempo de Poseidon.

- Levante-se. Um casco duro como o seu não se abalaria com um ataque tão banal. - Gritou a carpa.

Algumas bolhas de ar saíram de baixo das pedras e Marina surgiu frisando sua rival.

- Ora, ora. Vocês demoraram para atacar.

- Não pensamos que parasitas como vocês pudessem causar problema. E antes que causem, melhor exterminá-los.

- Bem. - Disse a tartaruga levantando sobre as pedras. - Vai precisar de mais que isso para nos deter.

- Querida, você acha que pode resistir a mais?

Os olhos de Marina incandesceram e ela começou a mover por telecinesia vários blocos de pedra um sobre o outro formando um muro.

E então partiu, nadando rapidamente pelos cantos. Dizia consigo mesma:

-Onde está? Onde está?

Atrás dela, a carpa passou pelo muro destruindo tudo e seguiu na captura.

Os ataques continuaram. Diversos tiros de ar foram disparados como uma metralhadora.

Sem alternativa, Marina seguiu em direção a uma parede e a travessou derrubando pedras, indo parar no que parecia ser um salão de um templo.

Lá dentro, onde a luz não penetrava com clareza, Afrodite se aproximou e observou o corpo de Marina caído no chão. Olhou em volta e viu que haviam pilastras segurando o teto, e montanhas de pedra e corais em cima.

Ela também corou com uma luz incandescente e emitiu um forte grito fazendo tudo ao redor tremer. 

As pilastras foram rachando com o maremoto e em instantes, tudo desabou com grande estrondo e bolhas de ar e poeira. 

Aquela cena garantiu a Afrodite que nem o casco da tartaruga seria capaz de resistir a tamanho desmoronamento. 

Sorriu e partiu como um foguete em direção ao oceano.

Alguns instantes se passaram e as pedras brilharam como os olhos da tartaruga, sugerindo que estavam sendo movida pela telecinesia da mesma. 

Ela se levantou debaixo de todos os escombros. O desmoronamento causado por Afrodite abriu uma nova sala, e lá estava a concha de Poseidon, brilhando como uma miragem em meio aquela destruição. 

Marina deu um tapinha no casco dizendo:

- Valeu casca dura. - e sorriu.

Mas naquele momento, o casco dela trincou em várias partes e muito sangue passou a sair dentre as fendas.

Marina se assustou e cuspiu sangue. A dor era terrível.

Foi perdendo altura dentro da água, parando aos pés da concha, agonizando, e desmaiou.


***


Não muito longe dali, o lobo e o coelho encaravam a águia dourada que os observava e dizia:

- Um lobo e um coelho de pelúcia. Estão brincando comigo? Iriam precisar de um exército para me deter. 

Os dois sorriram. Juanito falou:

- Y eso es lo trajo, amigo.

Ele sacou um controle remoto com alavanca e apertou um botão.

Aioria permanceceu ancioso, mas de repente, uma bomba caiu ao seu lado e ele, assustado, se afastou. Mas mais bombas foram caindo e a águia observou que elas vinham do céu.

Uma frota de aviões estava soltando mísseis em cima dele. 

Então voou para cima, e as aeronaves foram em perseguição a ele.

Aioria batia suas asas, voando sem se mover do lugar, e disparou raios dourados de seus olhos fazendo explodir vários aviões.

- Se puede caer rayos oculares? - Surpreendeu-se Juanito e, movendo a alavanca fez os outros aviões desviarem dos raios. - Vamos a ver lo que puede hacer al respecto!

Os aviões começaram a atacar com metralhadoras, mas elas não surtiam efeito na águia, que parecia como algo blindado.

Irritado, Aioria fez sair de seu corpo uma onda de energia que dizimou todos os brinquedos do coelho.

Conforme eles caiam aos pedaços e esfumaçando, Juanito de boca aberta, retomou a feição de soberbo e disse ao lobo.

- Bueno ... ahora que está contigo lobo. - E sorriu encabulado.

Efito rosnou e se preparou para atacar.

- É só isso que tem? - Indagou a ave ainda em voo.

- Segura essa então: BARREIRA DO SOM!!

Efito utilizou do mesmo ataque que fez contra Excalibur.

As ondas de som foram seguidas, uma atrás da outra e foram levando a águia para longe.

Mas resistindo a pressão, Aioria passou a bater suas asas lentamente e foi acelerando, cada vez mais forte, até com seu bico furar a primeira barreira. 

Logo a segunda e assim por diante se aproximando cada vez mais, e a cada barreira que atravessava, a próxima oferecia menor resistência, até que estava vindo como um foguete na direção dos dois amigos.

- ¡No es posible!

- Aaaaaaaaaaaah!!! Agora vou com todo o meu poder!!

E no momento em que uma imensa onda começava a sair da boca do lobo, a águia estava a sua frente e, movendo a asa como um tapa, mandou a onda de volta contra o lobo, causando uma explosão de ar que atingiu ao redor como uma bomba.

Dentro do castelo, o espírito de Magenta falava com seu filho.

"Então é isso? Vamos morrer aqui. Os Poderosos Excaliburs acabam aqui... onde começamos."

- Não você... - Risos - Você vai continuar sendo uma estátua de ferro num lugar distante no Himalaia. Pra sempre.

"Você prefere morrer assim? Como uma presa nas mãos daquela ave?"

- Efito e Juanito estão cuidando disso.

"Então é melhor você arranjar linha e agulha para costurar seus amigos, por que eles estão em pedaços."

- Não eram grande coisa.... ai.

"Morreram para te salvar." - Disse Magenta e os olhos de Soul se abriram. Ele continuou: "Será mesmo que você é esse verme egoísta que não se importa com mais ninguém?"

- O que posso dizer... - Respondeu Soul virando de barriga para cima, sangrando e respirando com dificuldade. - Não tive uma boa criação.

A voz se alterou, com um certo desespero:

"Rápido Excalibur, ele acabou lá fora."

- Não vou trocar de corpo com você.

"Moleque teimoso, ele... ele chegou."

Aioria entrava na sala:

- A valentia dos seus amigos foi admiravelmente burra. Mas te conseguiram mais alguns instantes de vida. - E chegando bem perto, levantou a pata para cravar suas garras no coração de Soul. - Hora de se juntar a família, Excalibur.

Soul arregalou os olhos e disse:

- Agora pai!

"Eu não ouvi direito."

A águia não podia ouvir a voz de Magenta e estranhou o grito de Excalibur, mas imaginou que ele estava suplicando alguma oração para seu pai. Manteve a pata erguida e a lançou em direção a Excalibur.

- Eu disse AGORA PAI!!!

O corpo de Soul se ergueu do chão em uma explosão de luz rósea e a onda jogou a águia contra a parede.

Seus olhos se acenderam como fogo.

Ele permaneceu levitando, ondas de energia passavam pelo seu corpo, o vento emitido dessa concentração se espalhava levantando poeira e pequenas pedras ao redor.

Magenta possuía o corpo de Soul e ao completar a transformação, abriu a boca e cuspiu um jato de fogo, destruindo o teto de vidro do castelo e atingindo o além, num enorme rugido.

- GGGGGGGGGGGRRRRRRRRRRR!!!!

Ele olhou para a ave, que caída, estava incrédula com o que via.

- M-mas o que é isso?

O dragão se espreguiçou. 

- Aaaaaaah!! Como é bom estar de volta.

- S-Soul? Como readquiriu os poderes?

- É Magenta Excalibur quem vos fala e o prazer é todo seu.

- Ma-genta. - Diz Aioria e recobra o auto controle. - Vocês dragões são umas pragas mesmo. Como nos livramos de vocês?

- Você é Aioria. O pardalzinho da Ordem do Zero. Bem.. - Suspirando, prosegue. - Acho que dá ao menos para se divertir derrotando você.

- Não se faça valer de palavras, dragão. Depois de Galactus, eu sou a ave mais mortal do mundo.

- Ainda assim não passa de uma ave. Já eu sou um dragão. Bom, acho que não preciso dizer mais nada.

Aioria se enfurece e seu corpo passa emitir uma luz dourada.

- Então... MORRA DRAGÃO!!

Disse cuspindo uma rajada de ar. O dragão responde com um jato de fogo e as duas forças se esbarram empatadas em um confronto que emite luz e poder.

Os dois cessam o ataque e irritado, a águia voa para o alto e permanece batendo as asas para se manter no ar.

- Dragões da família Excalibur não podem voar. - Pensou. Logo disse: - Tome isto!

E cada passada que dava em cada asa jogava uma bola de energia em direção ao buraco do teto por onde saiu.

Elas se seguiram, uma após a outra, criando diversas explosões.

Até que parou de atacar, suando, observando a fumaça que as explosões causaram.

E de repente, de dentro da fumaça, Excalibur saiu  como um raio e cravou as garras em seus ombros, olhando ferozmente nos seus olhos, com os seus pegando fogo.

Então girou e lançou a ave contra o solo, causando um estrondo e um buraco no chão onde Aioria caiu.

Excalibur pousou no solo e desfez o sorriso ao ouvir os risos da ave, por dentre a poeira.

- Do que está rindo, infeliz?

- De você.

O dragão fez cara de dúvida a medida que a poeira baixava e Aioria caminhava em direção a ele.

- Você pode ser imortal... mas o corpo em que está não é.

Então Magenta observou o corpo, que apesar de não estar sentindo dor por causa da adrenalina, estava aos farrapos, todo estrupidado e derramando sangue por todas as feridas.

- Você está morto. - Disse a Águia Dourada.

Capítulo #6

Começava a caçada aos habitantes do Mundo Fafito.

A Águia Dourada, Aiorios, seguiu Excalibur, Efito e Juanito até Tunísia, de onde eles pretendiam viajar até a França. 

A Carpa, Afrodite, partia em perseguição a Marina, que se dirigia para o Mar Mediterrâneo, mais precisamente a Grécia, mas ainda estava atravessando o Atlântico. 

Já o Destino de Ághata, ou Valquíria, era o Egito, mas ela ainda não iria muito longe das fronteiras do Mundo Fafito, estava ainda no Mundo dos Sapos, quando seria interceptada por velhos amigos. 

Valquíria voava na escuridão da noite quando dois raios dourados passaram atingindo-a no ar que perdeu o equilíbrio e foi caindo, quebrando os galhos das árvores, até se chocar no chão.

Á frente dela, os raios se chocaram na terra, levantando poeria e estilhaços, até que a vista se tornasse límpida novamente, e ela avistasse Saga e Kanon.

- Senhora, lamentamos mas recebemos ordens de interceptá-la e levá-la de volta ao reino do Mundo Fafito. - Anunciou Kanon.

- As ordens partiram diretamente do Mestre da Ordem do Zero. Não temos alternativa, a senhora precisa nos acompanhar... majestade. - Completou Saga, lembrando que não deixava de mostrar respeito aquela que era sua rainha.

- E por que o uso da violência? - Perguntou Valquíria se limpando da terra. - Era só ter pedido e eu voltaria. Por que me derrubar lá de cima?

Os leões se envergonharam e abaixaram a cabeça pedindo desculpas. A coruja continuou:

- Eu sei por que. Vocês saltaram para me alcançar... Já que leões não voam!!

Disse ela e saiu voando no sentido contrário.

Os leões se entreolharam e correram atrás dela.

Valquíria foi ganhando altura pouco a pouco e os leões foram correndo e saltando de galho em galho, cada vez mais alto até Saga pular e tocar de raspão com sua garra em Valquíria, como em câmera lenta, ela olhou para ele e sorriu a medida que o sorriso dele se fechou e começou a perder o impulso do salto e a se distanciar dela.

Mas no mesmo instante Kanon saltou mais alto que os dois e caiu com violência sobre a coruja quando os dois vieram ao chão.

Kanon saiu de cima dela e Saga se colocou ao lado dele. 

Valquíria olhou para os dois, muito ferida.

- Eu sinto muito, senhora. - Disse Saga.

- Mas daqui não passará. - Entonou Kanon.

***

Com o sol já nascendo, Excalibur, Juanito e Efito se encontravam as marges do Mar Mediterrâneo. 

- Como pretendem atravessar para o velho continente? - Perguntou o Dragão.

- Da mesma forma que vinhemos para a África, certo coelho?

- ¡Sí señor!

De dentro do seu cachecol, (Isso mesmo, de dentro do seu cachecol), Juanito tirou um monomotor.

¡Ahí está!

O dragão olhou incrédulo para aquela cena.

Eles embarcaram.

Ao longe, a Aioria entrava em contato com o Mestre, por rádio:

- Mestre, senhor, os suspeitos entraram em uma espécie de carruagem alada, eu não sei bem o que é.

- Um avião?

- Deve ser, aqueles veículos antigos dos extintos humanos. O que devo fazer?

- Bem, vejamos: Um coelho e um lobo de pelúcia e um dragão que não tem poderes... Pra que eles nos servem?

E via rádio, a águia cerrou o olhar e abriu um sorriso doce.

- Mate a todos. Faça parecer um... desastre aéreo. Ha! Ha! Ha! - Ordenou o Mestre.

E dentro do avião, o lobo e o coelho se divertiam:

- Nossa, que vista linda! - Disse Efito.

 - Tenga cuidado con las turbulencias! - Falou Juanito e começou a fazer manobras, chacoalhando todos dentro da aeronave.

- Ei! Estou ficando enjoado, acho que vou vomitar... - Reclamou, enauseado, Efito.

- Oh, no, usted ha vomitado en el viaje pro Sahara. - Contestou o coelho.

- Pare com isto, vai nos derrubar e... - Dizia Excalibur, mas o instinto lhe fez perceber algo. - Esperem. Esperem!!

E todos ficaram quietos. O dragão continuou:

- Estamos sendo seguidos.

- Sin embargo, no aparece nada en el radar. 

- É Aioria, posso sentir aquela águia maldita se aproximando.

- Já estou vendo. E está se aproximando rápido! Juan, essa bagaça não voa mais rápido? Vai nos alcançar!!

- Estoy intentando amigo!

O dragão olha para todos os lados, e então tem uma ideia.

- Efito, Efito!! Use a tempestade, aquela que você usou quando batalhou contra mim. Isso vai atrasá-lo.

- Certo.

De repente o tempo foi fechando e trovoadas puderam ser ouvidas.

A águia diminuiu a velocidade ao perceber que o centro da tempestade vinha exatamente da aeronave. 

Mas num instante tomou o céu de toda aquela região.

Dentre do avião, o vento e os raios só aumentavam até que os olhos de Efito se acenderam num brilho azul e incandescente e diversos raios começaram a cair em todas de todas as nuvens.

Aioria de pronto desviou de um raio, dois, mas a frequência aumentava e ele foi atingido. Desviava de outros, mas foi sendo atingido e eletrocutado até ir perdendo altitude e cair na água, esfumaçando,

- Pegou ele!! - Comemorou Excalibur, enquanto Efito permanecia em transe, controlando as forças da tempestade, mas Juanito alarmou:

- Sí, pero los rayos son obstáculos para nosotros también!

- Aaaaaaaaaah!!! - Gritaram todos ao serem atingidos por raios.

O avião explodiu, a alguma distância da costa e os tripulantes foram jogados para longe e caíram no mar.

Algum tempo depois, as ondas do mar se chocavam com as rochas.

Na praia mais próxima, elas trouxeram os corpos de cada um dos tripulantes. 

Tossindo, Excalibur se levantou e observou seus companheiros mais distantes.

Eles estavam péssimos. Pelúcias quando molham perdem muito da mobilidade.

- Vou seguir sem vocês. Me alcancem quando secarem.

- Espere... Ex-Excalibur.,, - Sussurrou Efito enquanto cuspia água e prosseguiu. - É perigoso... ir sozinho.

- Agora vocês são um estorvo. Eu sigo sem vocês.

- Tiene razón, niño. - Disse Juanito e chamou o dragão, tirando um rifle de dentro do cachecol e entregando para ele, dizendo. - Tome este amigo, será de gran utilidad.

Excalibur olhou repreensivamente e o ignorou. Seguiu caminhando sobre a areia rumo a floresta.

O Dragão adormeceu em uma caverna na floresta e continuou sua caminhada no segundo dia.

Avistou o castelo de sua família, originalmente na França. Estranhou não haver ninguém por aí.

Na Grã-Betanha localizava-se os domínios da família de paus, na Áustria-Hungria o da de copas  e nos países nórdicos o de ouro.

As portas do castelo, ele foi tomado por uma sombra.

- Você demorou. - Disse Excalibur ao ser que pousava majestosamente as suas costas. 

- Belo truque com os relâmpagos. Não foi obra sua, eu suponho. - Respondeu a águia dourada e ao dragão virar-se para ela, concluiu. - Já que não tem poder nenhum.

- E você veio bancar o anjo exterminador, eu suponho.

- Não antes de descobrir o que veio fazer aqui tão longe,

- Está brincando? Essa resposta é o que me mantem vivo.

A águia sorriu. Caminhando ao redor de Excalibur, zombava dizendo:

- Soul... Soul... Soul Excalibur. Quem diria, um dragão um dia temido, admirado, hoje não passa de um verme prestes a ser exterminado.

Após rodeá-lo, Aioria insistiu nas provocações.

- O que houve? Nenhuma palavra? Não está com medo, está?

- Só um tolo para temer uma criatura ridícula como você. 

Aioria se enfurece, chuta o dragão com sua pata para o alto e antes de começar a cair, voa em sua direção atingindo com o bico como uma flecha, faz a volta e o atinge novamente, mais outras quatro vezes, em uma questão de milésimos.

De olhos e feridas abertas, Excalibur cai em direção ao solo sem sequer saber como foi atingido.

Desaba em meio a cortes profundos e uma poça de sangue.

A águia pousa novamente.

- E então? Está com medo agora? Acha que eu não vou te matar por que quero saber o que vieram fazer aqui? O Mestre quer que vocês se explodam. Minhas ordens são apenas para limpar a terra de pragas como você. O que eu te perguntei foi por exclusiva curiosidade minha. 

Cuspindo sangue, Excalibur se levanta aos poucos e fala:

- Claro que... esse trabalho ridículo coube a você, o menos necessário na Ordem do Zero... Só mais... - E agora rindo. - Uma marionete do Mestrem ha! ha! ha! cof! Cof!

- Ha! Ha! - Ri ironicamente a águia. - Você é um lixo mesmo. Tem mais alguma coisa a dizer antes de eu fincar minha garra e arrancar seu coração fora?

- T-tenho... tenho sim... Cof! Cof! Diga-me como é ser manipulado por outro homem?

Aioria enraivece e lança um faz um ataque sonoro que devasta tudo a sua frente e lança Excalibur contra o portão, fazendo entrar no castelo quebrando tudo até se chocar contra a parede e cair no chão no salão principal.

A águia preparava-se para entrar atrás do dragão quando foi chamada pelos garotos.

- Parado allí, pájaro sucio!

Ele olhou para trás e Efito se juntou ao coelho dizendo:

- Não vamos deixar você atacar nosso amigo sem lutar.

Lá dentro, apenas a luz do sol penetra feixes nas janelas de vidros quebrados. Mas no meio do salão encontrava-se, repousando sobre um suporte, a Espada Excalibur.

Sem mal conseguir abrir os olhos, Soul observava o brilho da espada espelhando a luz do ambiente.