quinta-feira, 16 de junho de 2016

Capítulo #7

Marina se aproximava o Mar Mediterrâneo quando observou uma alteração na flutuação da água.

Algo extremamente rápido e feroz vinha em sua direção.

Ela então encolheu-se dentro do casco e passou a mover suas patas velozmente, como um turbilhão, o casco que parecia voar sozinho dentro do mar partiu em fuga do suposto ser. 

Cardumes se abriam e a poeira subia conforme ela nadava próximo ao fundo do mar.

Passavam um e depois outro, muito próximos de si, deixando um rastro e bolhas no oceano.

Como se não bastasse parecer mais ágil, o oponente da tartaruga passou a atacar com tiros de ar. 

Desviando, o ataque fazia estrago onde atingia, deixando bolhas e criaturas mortas, como se fosse uma bomba explodindo. 

Já em pânico e sem mal conseguir desviar dos ataques, Marina foi alvejada e se chocou com um monte de pedras ao longe, causando um desmoronamento daquelas e levantando muita poeira.

Ao longe, o inimigo freou e apenas avistava a destruição, aguardando para ver se seu ataque tinha sido fatal.

Era a carpa, Afrodite que, ao dissipar a poeria, verificou que tratava-se das ruínas de uma antiga civilização. 

Remoendo-se embaixo dos destroços, bastava a Marina o alívio de ter chegado. Estavam no tempo de Poseidon.

- Levante-se. Um casco duro como o seu não se abalaria com um ataque tão banal. - Gritou a carpa.

Algumas bolhas de ar saíram de baixo das pedras e Marina surgiu frisando sua rival.

- Ora, ora. Vocês demoraram para atacar.

- Não pensamos que parasitas como vocês pudessem causar problema. E antes que causem, melhor exterminá-los.

- Bem. - Disse a tartaruga levantando sobre as pedras. - Vai precisar de mais que isso para nos deter.

- Querida, você acha que pode resistir a mais?

Os olhos de Marina incandesceram e ela começou a mover por telecinesia vários blocos de pedra um sobre o outro formando um muro.

E então partiu, nadando rapidamente pelos cantos. Dizia consigo mesma:

-Onde está? Onde está?

Atrás dela, a carpa passou pelo muro destruindo tudo e seguiu na captura.

Os ataques continuaram. Diversos tiros de ar foram disparados como uma metralhadora.

Sem alternativa, Marina seguiu em direção a uma parede e a travessou derrubando pedras, indo parar no que parecia ser um salão de um templo.

Lá dentro, onde a luz não penetrava com clareza, Afrodite se aproximou e observou o corpo de Marina caído no chão. Olhou em volta e viu que haviam pilastras segurando o teto, e montanhas de pedra e corais em cima.

Ela também corou com uma luz incandescente e emitiu um forte grito fazendo tudo ao redor tremer. 

As pilastras foram rachando com o maremoto e em instantes, tudo desabou com grande estrondo e bolhas de ar e poeira. 

Aquela cena garantiu a Afrodite que nem o casco da tartaruga seria capaz de resistir a tamanho desmoronamento. 

Sorriu e partiu como um foguete em direção ao oceano.

Alguns instantes se passaram e as pedras brilharam como os olhos da tartaruga, sugerindo que estavam sendo movida pela telecinesia da mesma. 

Ela se levantou debaixo de todos os escombros. O desmoronamento causado por Afrodite abriu uma nova sala, e lá estava a concha de Poseidon, brilhando como uma miragem em meio aquela destruição. 

Marina deu um tapinha no casco dizendo:

- Valeu casca dura. - e sorriu.

Mas naquele momento, o casco dela trincou em várias partes e muito sangue passou a sair dentre as fendas.

Marina se assustou e cuspiu sangue. A dor era terrível.

Foi perdendo altura dentro da água, parando aos pés da concha, agonizando, e desmaiou.


***


Não muito longe dali, o lobo e o coelho encaravam a águia dourada que os observava e dizia:

- Um lobo e um coelho de pelúcia. Estão brincando comigo? Iriam precisar de um exército para me deter. 

Os dois sorriram. Juanito falou:

- Y eso es lo trajo, amigo.

Ele sacou um controle remoto com alavanca e apertou um botão.

Aioria permanceceu ancioso, mas de repente, uma bomba caiu ao seu lado e ele, assustado, se afastou. Mas mais bombas foram caindo e a águia observou que elas vinham do céu.

Uma frota de aviões estava soltando mísseis em cima dele. 

Então voou para cima, e as aeronaves foram em perseguição a ele.

Aioria batia suas asas, voando sem se mover do lugar, e disparou raios dourados de seus olhos fazendo explodir vários aviões.

- Se puede caer rayos oculares? - Surpreendeu-se Juanito e, movendo a alavanca fez os outros aviões desviarem dos raios. - Vamos a ver lo que puede hacer al respecto!

Os aviões começaram a atacar com metralhadoras, mas elas não surtiam efeito na águia, que parecia como algo blindado.

Irritado, Aioria fez sair de seu corpo uma onda de energia que dizimou todos os brinquedos do coelho.

Conforme eles caiam aos pedaços e esfumaçando, Juanito de boca aberta, retomou a feição de soberbo e disse ao lobo.

- Bueno ... ahora que está contigo lobo. - E sorriu encabulado.

Efito rosnou e se preparou para atacar.

- É só isso que tem? - Indagou a ave ainda em voo.

- Segura essa então: BARREIRA DO SOM!!

Efito utilizou do mesmo ataque que fez contra Excalibur.

As ondas de som foram seguidas, uma atrás da outra e foram levando a águia para longe.

Mas resistindo a pressão, Aioria passou a bater suas asas lentamente e foi acelerando, cada vez mais forte, até com seu bico furar a primeira barreira. 

Logo a segunda e assim por diante se aproximando cada vez mais, e a cada barreira que atravessava, a próxima oferecia menor resistência, até que estava vindo como um foguete na direção dos dois amigos.

- ¡No es posible!

- Aaaaaaaaaaaah!!! Agora vou com todo o meu poder!!

E no momento em que uma imensa onda começava a sair da boca do lobo, a águia estava a sua frente e, movendo a asa como um tapa, mandou a onda de volta contra o lobo, causando uma explosão de ar que atingiu ao redor como uma bomba.

Dentro do castelo, o espírito de Magenta falava com seu filho.

"Então é isso? Vamos morrer aqui. Os Poderosos Excaliburs acabam aqui... onde começamos."

- Não você... - Risos - Você vai continuar sendo uma estátua de ferro num lugar distante no Himalaia. Pra sempre.

"Você prefere morrer assim? Como uma presa nas mãos daquela ave?"

- Efito e Juanito estão cuidando disso.

"Então é melhor você arranjar linha e agulha para costurar seus amigos, por que eles estão em pedaços."

- Não eram grande coisa.... ai.

"Morreram para te salvar." - Disse Magenta e os olhos de Soul se abriram. Ele continuou: "Será mesmo que você é esse verme egoísta que não se importa com mais ninguém?"

- O que posso dizer... - Respondeu Soul virando de barriga para cima, sangrando e respirando com dificuldade. - Não tive uma boa criação.

A voz se alterou, com um certo desespero:

"Rápido Excalibur, ele acabou lá fora."

- Não vou trocar de corpo com você.

"Moleque teimoso, ele... ele chegou."

Aioria entrava na sala:

- A valentia dos seus amigos foi admiravelmente burra. Mas te conseguiram mais alguns instantes de vida. - E chegando bem perto, levantou a pata para cravar suas garras no coração de Soul. - Hora de se juntar a família, Excalibur.

Soul arregalou os olhos e disse:

- Agora pai!

"Eu não ouvi direito."

A águia não podia ouvir a voz de Magenta e estranhou o grito de Excalibur, mas imaginou que ele estava suplicando alguma oração para seu pai. Manteve a pata erguida e a lançou em direção a Excalibur.

- Eu disse AGORA PAI!!!

O corpo de Soul se ergueu do chão em uma explosão de luz rósea e a onda jogou a águia contra a parede.

Seus olhos se acenderam como fogo.

Ele permaneceu levitando, ondas de energia passavam pelo seu corpo, o vento emitido dessa concentração se espalhava levantando poeira e pequenas pedras ao redor.

Magenta possuía o corpo de Soul e ao completar a transformação, abriu a boca e cuspiu um jato de fogo, destruindo o teto de vidro do castelo e atingindo o além, num enorme rugido.

- GGGGGGGGGGGRRRRRRRRRRR!!!!

Ele olhou para a ave, que caída, estava incrédula com o que via.

- M-mas o que é isso?

O dragão se espreguiçou. 

- Aaaaaaah!! Como é bom estar de volta.

- S-Soul? Como readquiriu os poderes?

- É Magenta Excalibur quem vos fala e o prazer é todo seu.

- Ma-genta. - Diz Aioria e recobra o auto controle. - Vocês dragões são umas pragas mesmo. Como nos livramos de vocês?

- Você é Aioria. O pardalzinho da Ordem do Zero. Bem.. - Suspirando, prosegue. - Acho que dá ao menos para se divertir derrotando você.

- Não se faça valer de palavras, dragão. Depois de Galactus, eu sou a ave mais mortal do mundo.

- Ainda assim não passa de uma ave. Já eu sou um dragão. Bom, acho que não preciso dizer mais nada.

Aioria se enfurece e seu corpo passa emitir uma luz dourada.

- Então... MORRA DRAGÃO!!

Disse cuspindo uma rajada de ar. O dragão responde com um jato de fogo e as duas forças se esbarram empatadas em um confronto que emite luz e poder.

Os dois cessam o ataque e irritado, a águia voa para o alto e permanece batendo as asas para se manter no ar.

- Dragões da família Excalibur não podem voar. - Pensou. Logo disse: - Tome isto!

E cada passada que dava em cada asa jogava uma bola de energia em direção ao buraco do teto por onde saiu.

Elas se seguiram, uma após a outra, criando diversas explosões.

Até que parou de atacar, suando, observando a fumaça que as explosões causaram.

E de repente, de dentro da fumaça, Excalibur saiu  como um raio e cravou as garras em seus ombros, olhando ferozmente nos seus olhos, com os seus pegando fogo.

Então girou e lançou a ave contra o solo, causando um estrondo e um buraco no chão onde Aioria caiu.

Excalibur pousou no solo e desfez o sorriso ao ouvir os risos da ave, por dentre a poeira.

- Do que está rindo, infeliz?

- De você.

O dragão fez cara de dúvida a medida que a poeira baixava e Aioria caminhava em direção a ele.

- Você pode ser imortal... mas o corpo em que está não é.

Então Magenta observou o corpo, que apesar de não estar sentindo dor por causa da adrenalina, estava aos farrapos, todo estrupidado e derramando sangue por todas as feridas.

- Você está morto. - Disse a Águia Dourada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário