terça-feira, 10 de março de 2015

Capítulo 5#

- Plutão, meu filho, é um prazer revê-lo.

- Meu nome é Soul.

- É a segunda vez em que me visita em 600 anos e novamente precisa da minha ajuda.

- Fui tratado melhor da última vez que vim.

- O que você esperava? Você perdeu todo o poder que lhe dei, o que lhe ajudei a conquistar, fora o que você já tinha. Você deixou de ser um dragão. É apenas um lagarto gigante que não solta fogo. Uma desonra para todos os Excaliburs.

Soul Excalibur sorriu por um momento e respondeu ao seu pai:

-  E ser uma estátua de ferro deve ser bem honroso. Escuta, foi muito trabalhoso vir até aqui sem caminhando, então se não tem nada para me ajudar eu...

- Espere. Ainda existe um modo de você não ser totalmente inútil.

Os olhos do filho frisavam Magenta Excalibur, que prosseguiu:

- Filho, você destruiu os seus irmãos e por tua causa sua mãe também se foi. Somos os únicos Excaliburs vivos. A diferença é que eu tenho poder e nenhum corpo, e você só o corpo.

- Acha que eu vou trocar de lugar com você para ficar parado e sozinho em cima de uma montanha? Isso é pior que estar morto.

- É uma troca momentânea, você pode fazê-la sempre que achar necessária.

S. Excalibur se vira e de longe se despede:

- Vai sonhando, velho.

***

Efito e Juanito deixaram o Mundo Fafito.

Seguiam em direção ao norte, rumo as zonas quentes do equador, onde se localizava um deserto.

- Céus... que calor. - Reclamava Efito, o lobo.

- Maricón.

- Hunf! Pra você é fácil aguentar essa sol, veio do México...  - Continuou a lamentar o lobo. Observou o coelho e completou: - Poderia ao menos tirar esse cachecol? Não sabe a aflição que isso me dá.

- ¿Qué ha pasado aquí? Hay restos óseos en todas partes. - Disse Juanito, mais preocupado com o cenário, repleto de esqueletos de aves por todos os lados.

- Você não sabe? Excalibur assassinou um milhão de urubus neste deserto.

- Un millón?

- Sim... - Arfando. - As carcaças estão aumentando. Devemos estar perto.

- Cierre a qué?

- Daquilo.

Os dois amigos avistavam em meio a poeira e o calor insuportável que fazia o monte de rochas, no meio do deserto, parecer uma miragem.

Se aproximando, eles viram uma caverna no meio do monte.

Efito observou com os olhos quase fechados, devido as nuvens de areia. Gritou:

- Excalibur!!

Nada aconteceu.

Então ele insistiu:

- Excalibur!! Apareça!! Sabemos que está aí!!

-Lo Excalibur haciendo aquí, solo en el medio del desierto?

Efito respirou fundo. Respondeu olhando para Excalibur que aparecia do alto da caverna:

- Se escondendo... esperando a morte chegar.

Excalibur o olhava nos olhos. Desceu até eles.

- ¿Qué estás haciendo hombre? - Perguntou Juanito indignado.

- O que vocês querem? - Perguntou Excalibur com voz sombria. - E como me acharam?

- Ágatha nos disse que estaria aqui.

- Quem?

- Ela diz ser do clã da rainha do Mundo Fafito e que estava na batalha no Mundo dos Sonhos. Ela também nos contou que você perdeu seus poderes e por isso teria se exilado aqui.

Excalibur permaneceu confuso. Perguntou:

-Esta tal Ágatha disse que é do mesmo clã de Valquíria?

- ¿Quién es ese Valkyrie?

O dragão piscou os olhos e então entendeu. Lembrou do feitiço que a bruxa lançou sobre os reis, e que ninguém mais lembraria da existência deles.

- Não é ninguém. Sumam daqui.

Efito prestou atenção a Excalibur. Pensou consigo mesmo:

"Valquíria... então é esse o nome da nossa rainha."

Excalibur se virava para subir de volta a caverna quando Efito o interrompeu:

- Espere Excalibur! Precisamos da sua ajuda.

Ele parou, suspirou e continuou muito bravo:

- Já disse para me deixarem em paz.

- Olha Excalibur, eu sei que deve estar sendo difícil pra você ter perdido todo o seu poder. Está fragilizado, achando que não pode mais fazer nada de útil na vida, eu entendo. Mas nós estamos aqui para dizer que você ainda pode fazer a diferença.

Excalibur ficou parado. Então simplesmente ignorou-os e começou a subir as rochas.

O coelho se irritou:

- No le des la espalda, cobarde!

O dragão saltou até o coelho e agarrou o coelho pelo cachecol:

- Eu ainda tenho garras e dentes, coelho. - Ameaçou.

- Escute Excalibur, o que temos a fazer é algo extremamente grandioso. Talvez até, você consiga seus poderes de volta. - Disse Efito, de pronto para separar os dois.

Excalibur que encarava Juanito, olhou para o lobo. então soltou o coelho que, irritado, limpou-se de onde o dragão havia lhe segurado.

Bufando, Excalibur perguntou:

- Em que diabos querem a minha ajuda?

Efito suspirou em alivio. Então, mais calmo, explicou:

- Precisamos que nos leve até a espada do Rei Arthur. Soubemos que ela encontra-se sob domínio da família Excalibur na Grã-Bretanha. Você é o último Excalibur vivo. Ela é sua por direito.

O dragão ficou pensativo. Então falou:

- A Trinca ficou responsável pelo castelo e todas as posses da família de espadas. Devem haver guardas por lá.

- No te preocupes dragón, haremos que su seguridad. - Disse Juanito e empunhou suas armas: -  Con esta aquí!

Excalibur pareceu irônico e comentou:

- Irão precisar de mais do que balas para enfrentar a Trinca. São os dragões mais poderosos da Terra.

- Precisamos tentar, Excalibur. Só assim poderemos trazer Liah, Panda e nossos reis de volta a vida.

O dragão olhou para Efito desconfiado.

Seguiu andando.

- Oye, ¿va?

- Vamos andando... a Europa é muito longe daqui.

Efito ficou estático vendo o dragão se afastar. Mas olhou para Juanito e sorriu. O coelho retribuiu o sorriso e eles seguiram Excalibur em meio a tempestade de areia.

***

No Mundo Fafito, Marina conversava com o Mestre:

- Então você quer deixar o Mundo Fafito? - Perguntava o Mestre.

- Bem, meu senhor, agora que os nossos reis foram assassinados, e que o senhor instituiu Aldebaran para ser o provisório administrador deste reino, eu não tenho mais motivos para permanecer aqui. Retornarei ao meu antigo lar e lá passarei os últimos dias que me restam.

- Até onde sei, tartarugas vivem muitos anos. - Comentou o Mestre e riu. Continuou: - Tem certeza de que quer passar tanto tempo assim sozinha e isolada de tudo? Sem falar que o Templo de Poseidon foi anexado a domínios do Eixo.

- Bem, de qualquer forma, ainda é o meu lar. E eu tenho certeza de que a Ordem do Zero irá acabar com o Eixo do Caos. Em breve lá se tornará um local livre novamente.

- Concordo. Bem... vá em paz tartaruga.

Marina consentiu e se afastou.

- Um estorvo a menos por aqui. - Pensou a coruja.

***

Mais tarde, Afrodite batia a porta do quarto no palácio, onde o Mestre apossou como seu aposento.

- Mestre!!

- O que houve Afrodite? Já é tarde.

- Perdoe-me senhor. Fiquei sabendo que a tartaruga Marina partiu do Mundo Fafito.

- Sim, é verdade, algum problema.

- Na verdade sim, senhor. Hoje o coelho Juanito e o lobo Efito também partiram daqui. Todos estavam na reunião secreta que Morgana comentou. Eles estão se dividindo por algum motivo.

- Entendo. - Disse o Mestre pensativo. - Morgana tinha razão, estão conspirando. Carpa, vá até os Leões e digam que empeçam a forasteira de se ausentar do Mundo Fafito também. Mande a Águia atrás destes elementos e vá você mesma investigar o destino de Marina. Quero todos aqui de volta sob nossa custódia já!

- Sim senhor, agora mesmo, senhor. - Disse Afrodite e partiu.

- Que estão tramando habitantes do Mundo Fafito? - Falou consigo mesmo, frisando os olhos e fechando a mão, o Mestre.




Capítulo 4#

A peque coruja permanecia inquieta, andando de um lado para o outro.

- Até quando vamos ficar aqui nesse fim de mundo? Quando vamos enfrentar o Tentáculo? Essa terra só tem gente fraca, por que o Mundo Fafito é tão importante para a Ordem?

Suas perguntas consecutivas não despertavam a atenção de Conrado.

- Ei você não está me escutando? - Perguntou ela se virando para Conrado, que permanecia olhando para o horizonte. Em seguida deu três batidas com asa em sua cabeça. - Tem alguém aí dentro?

- Desculpe, mas você faz muitas perguntas. Não pode simplesmente aguardar novas ordens?

- O que é você, um robô? Quando me falavam de você, eu pensei que fosse um cara mais legal. Bom na verdade sempre se referiram a você como um idiota, mas... já faz a diferença.

Conrado faz cara de dúvida quando Katheryne o chama de idiota.

- Eu não me lembro de como eu era.

- Bem, eu também não me lembro de você. Quando a gente é ressuscitado pela Ordem, esquece da vida anterior. Somente memórias programadas são disponibilizadas.

- Então... você também já morreu?

- Sim, muitas vezes. É sua primeira vez?

Conrado fica pensativo. Ainda não lhe ocorrera discutir sobre vida e morte. A única coisa que se importava era seguir as ordens da Ordem do Zero e de sua mestra Morgana.


***


Em outra parte do Mundo Fafito, Valquíria descansava observando o entardecer. 

- Pode sair daí Efito. Eu sei que você está me observando há algum tempo.

Efito, desconfiado, se aproxima.

- Quando percebeu minha presença?

- Há alguns minutos. O que você quer?

O lobo se sentou ao lado da coruja e começou a falar:

- É impressionante essa sensação de que te conheço de algum lugar.

Valquíria sorri e diz:

- Tenho ouvido bastante essa frase ultimamente.

- Mais estranho que isso  é que você aparenta ser uma criatura incrivelmente confiável.

- Vá direto ao ponto lobo.

Efito olha para os lados. Então passa a cochichar:

- Nós não sabemos o que aconteceu com nossos reis. Mas se a Ordem do Zero realmente quisesse nos ajudar, não teriam vindo tão tarde. Eles disseram que Morgana estava enfeitiçada pelos inimigos do Mundo dos Sonhos. Eu, Marina e Juanito não enxergamos verdade no que eles nos dizem.

Valquíria apenas sorri ao ver que não era a única a suspeitar da Ordem do Zero.

- Nós temos uma oportunidade de recuperar as vidas perdidas nas batalhas, e assim também reaver o Mundo Fafito de volta.

A coruja abriu os olhos e virou-se para Efito.

Ele mais uma vez olhou para os lados e continuou:

- Mas estamos sendo vigiados. Caso você tenha interesse, encontre-me na minha toca hoje a meia noite. Observe se não está sendo seguida.

Dito isso, ele afastou-se sem esperar uma resposta.

Morgana os observava de longe. Em seguida voou ao encontro do Mestre.

- Mestre?

O Mestre estava atarefado com um monte de pergaminhos e mapas.

- O que houve? Não vê que o Mestre está ocupado? - Interrompeu-a, Carpa.

- Oh, me perdoe. É que trago relatório sobre a forasteira que o Mestre ordenou que eu vigiasse.

O Mestre parou o que estava fazendo e olhou para Morgana.

- Deixe-a Afrodite. Pode falar meu bem.

- O Lobo convidou-a para uma reunião particular hoje a noite. Parece que a tartaruga e o coelho também devam comparecer.

Todos ficam em silêncio até que Afrodite fala
:
- É só isso? Nos interrompeu para isto?

- Uma conspiração, meus caros. Está óbvio que se trata disso. - Disse elevando sua voz a Águia Dourada.

- É isso que acontece com vermes. Eles rastejam, se reagrupam, nunca nos livramos dessas pragas. - Trovejou Aldebaran.

- Fiquem calmos todos vocês. O que essas pobres criaturas podem nos fazer de mal? Na certa estão desesperados por terem perdido seus reis... Não, eles não são idiotas, eles sabem que não é só isso. Na verdade perderam o seu reino também. 

Após a explicação do Mestre, todos se acalmaram. Ele virou-se para Morgana e disse:

- Ótimo trabalho Morgana, veja se consegue descobrir o que eles tramam nessa reunião, só por garantia.

- As suas ordens, senhor. - Disse a coruja e desapareceu. 


Mais tarde, Valquíria chegou a entrada da toca do lobo. Olhou em volta e entrou. A espreita, Morgana se envolvia na escuridão.

Lá dentro, um túnel enorme iluminado a tochas flamejantes, dava para uma sala interior. Lá, em torno de uma fogueira estavam Marina, Juanito e Efito.

Valquíria ficou a contemplar a fogueira:

- Fogo mágico... Ótimo. Estava preocupada para onde sairia a fumaça dentro desse buraco.

- Ella sabe que el fuego sin humo. - Falou baixinho Juanito para Efito.

- Gosta de magia, Ágatha? - Perguntou Marina.

- Já conheci alguns magos e feiticeiras.

- Bueno, este fuego es todo lo que queda de la magia aquí.

- Até agora. - Rebateu Efito e sorrindo, falou para Valquíria: - Você já ouviu falar da Terra da Magia, Ágatha?

Valquíria sorriu e acenou com a cabeça.

- Ótimo. Uma antiga amiga do rei está tentando nos auxiliar, de forma sutil, pois também não deve envolver seu reino em nossas guerras. Ela entregou a Efito uma lista com itens para realizarmos um feitiço de regeneração. - Explicou Marina.

Valquíria pega o pergaminho que lhe é entregue por Efito. 

-El hechizo traer a nuestros amigos de vuelta a la vida. - Continuou o coelho.

- Nossos reis, Panda, Liah... - Citou o lobo com um sorriso saudoso.

A coruja olhou para ele, e voltou a olhar para o pergaminho. Então comentou:

- Vocês acham mesmo que isso dará certo?

- Nós precisamos acreditar em alguma coisa, estrangeira. Nos tiraram tudo... esperança foi só o que sobrou.

"Esperança..." - Sussurrou Valquíria pensativa. Então sorriu e falou: - Isso basta!!

- ¡Viva!

Mas Marina conteve os ânimos:

- Não devemos contar sobre esse plano para ninguém. Nem mesmo ao nossos amigo Shura, que serve a Ordem, e os leões da proteção que também o seguem.

- Tudo bem mas... fazem ideia do quanto esses itens são impossíveis de se encontrar? - Falou Valquíria descordando com a cabeça.

- Queremos começar pelo mais fácil. Ou pelo menos o item que sabemos a localização. A espada do rei Arthur encontra-se em poderio da família Excalibur há diversas gerações. Achamos que o nosso dragão pode saber onde ela está guardada agora.

- Soul Excalibur? 

- Você também o conhece? Caramba Ágatha, parece que você sempre esteve entre nós. - Comentou Efito surpreso.

- Pero no sabemos donde Excalibur es. 

- Um Excalibur ferido... sei exatamente aonde ele está. Mas não é no Mundo Fafito. Teremos que viajar.

- Se não se importa Ágatha, eu e os meninos já traçamos um plano para encontrar estes itens. Então optamos por nos dividir para agilizar essa missão. Efito e Juanito irão atrás de Excalibur. Eu voltarei ao mar para conseguir a Concha do Templo de Poseidon. E você, caso aceite esta missão, terá de localizar e conseguir uma...

- Pena da Fênix... - Completou Valquíria suspirando.

Capítulo 3#

Na sala de reuniões da Ordem do Zero, uma grande discussão acontecia quando o Mestre aproximou-se:

- O que está acontecendo?

- Mestre!

- Senhor. Excalibur do Mundo Fafito exterminou todos os sapos.

- Excalibur? - Disse o Mestre e sentou-se. - Esse dragão é incrível!! Fez todo o trabalho sujo por nós.

- Nem tando senhor. Quando matou os sapos, Excalibur matou também a imperatriz Lasley e o Mundo dos Sonhos declarou guerra contra o Mundo Fafito.

- Uau! Não para de melhorar!! Agora nós vamos ao Mundo Fafito, unimos forças e...

- Senhor... - Interrompeu-o Carpa.

- O que?

- O Mundo dos Sonhos aniquilou o Mundo Fafito... Shura e Dragon fugiram. Excalibur e os reis do Mundo Fafito foram derrotados e Morgana e Conrado estão mortos.

O Mestre ficou perplexo. Ainda com o sorriso aberto, agora bem mais sem graça, ele bateu um copo sobre a mesa e gritou:

- Como isso é possível?! O Mundo Fafito reúne diversas das criaturas mais poderosas do universo. Shura, Dragon, Excalibur e até Morgana!!

- Achamos que o próprio Tentáculo esteve presente nesta batalha, segundo nossos registros. - Notificou Aldebaran.

- Morgana... - Sussurrou o Mestre. - Como está a Árvore da Vida?

- Morrendo senhor, como havíamos dito antes. - Informou Aldebaran.

- Ela é capaz de ressuscitar nossas duas baixas?

- Acreditamos que sim. Mas como sempre, Morgana e Conrado despertaram sem memória de sua vida anterior. Eles estarão sem alma.

O Mestre ficou pensativo. Em seguida ordenou:

- Faça isso.

Aldebaran saiu da sala.

Carpa olhou para o Mestre, visivelmente abalado.

- Vamos ter que atacar o Tentáculo.

- Eu sei... - Disse ele pensativo. - Eu sei...


Um pouco mais tarde, a Águia Dourada aproximou-se de um tanque de água, do tamanho de uma sala.

Lá, Kathy permanecia de olhos fechados, flutuando dentro d´água.

Ele bateu no vidro e ela abriu os olhos. Ele fez sinal para que ela saísse.

- O que houve, cof !cof!. - Disse ela tossindo saindo de dentro do tanque. - Estava para quebrar o meu recorde de três dias sem respirar debaixo de água.

- Cale-se verme inútil. Nós vamos para o Mundo Fafito.

Kathy sorriu. Sempre quis conhecer o tal lugar. Mas seu sorriso se fechou quando a Águia prosseguiu falando:

- Chegou a hora. Chegou o grande momento. O momento em que a Ordem do Zero vai esmagar o Eixo do Caos.

Ela ficou pensativa. Depois confirmou com a cabeça e foi se secar.



Mais tarde, o Mestre foi ver Morgana.

- Morgana...

- Mestre, senhor. - Disse ela se curvando.

Ele se aproximou e a abraçou.

- É bom te ter de volta.

Morgana permaneceu sem entender. Manteve sua posição de soldado.

O Mestre a olhava com tristeza, pois sabia que ela não se lembrava de nenhuma das suas noites de amor. Ficou com raiva por dentro e jurou se vingar de quem tinha causado a morte da sua amada. 

Aquela pessoa a sua frente... não passava de uma casca vazia.


***

A Ordem do Zero chegou no Mundo Fafito. 

De toda a sua população somente restaram a General Marina, os Leões da Proteção, o coelho Juanito e o lobo Efito.

O Mestre notou a presença de Valquíria, que adotava o nome de Ágatha.

- Quem é aquela forasteira? - Perguntou a Carpa que respondeu:

- Ela não consta nos registros. Outra coisa estranha que aconteceu foi a remoção de todos os registros dos reis dos Mundos dos Sapos e Fafito.

- Estranho. Peça para os leões da proteção localizarem Shura. Ele é o seu mestre, possuem uma conexão.

O Mestre se aproximou de Ágatha.

- Ágatha é o seu nome, certo?

- Sim senhor. - Disse ela encarando-o debaixo.

- Bem... os outros habitantes não a conhecem. De onde você vem?

- Venho do mesmo clã da rainha. Vim para o Mundo Fafito depois que a missão para combater o Mundo dos Sonhos foi mal sucedida.

- Entendo... Bom, é sempre bem vinda uma criatura com tanta beleza como a sua.

Ágatha corou. Respondeu sem graça.

- Muito obrigada.

- Eu que agradeço por ser esse colírio aos meus olhos. Bem... seja bem vinda. Eu sei que as coisas não andaram muito bem por aqui, mas... agora que eu cheguei, tudo vai ficar melhor. Você vai ver.

Ela sorriu e se afastou.

Sozinha, falava consigo mesma.

- Maldito hipócrita. Onde ele estava quando nós fomos aniquilados?

- Falando sozinha rainha Valquíria?

A coruja tomou um susto ao ser chamada pelo verdadeiro nome. Virou-se e viu Shura e Dragon.

- Que susto... Bom ver vocês.

- O que pretende usando uma identidade falsa? - Perguntou Shura,

- E que nome horrível! Sabe um nome que seria legal? Dragona. - Zombou Dragon.

Valquíria respirou fundo.

- O que queriam que eu fizesse? Que eu chegasse e falasse: "Oi, meu nome é Valquíria, vocês não se lembram de mim, mas por favor, cumpram minhas ordens, eu sou sua rainha."

- E por que não? - Perguntou Dragon.

- Bem, é difícil ser rainha quando seu reinado foi tomado pelas criaturas mais poderosas do universo. E vocês? Por que voltaram?

- Por que agora é seguro. - Falou com ironia, Dragon.

- Perdoe-me rainha, mas se nós tivéssemos continuado naquela batalha sem sentido, dificilmente estaríamos aqui, vivos para contar a história. Eu sinto muito por Babar.

Valquíria estava abatida e jogava pedras ao longe. 

- Não me chame de rainha. Não lamente por Babar. Ele foi um herói. Morreu lutando e não fugindo.

- É mas isso não muda o fato de que ele está morto, não é?

- Dragon! - Repreendeu-lhe o irmão.

Valquíria ignorou-os. Em seguida perguntou:

- O que pretendem fazer agora?

- Já falamos com o Mestre. Não sabíamos que você estava aqui então dissemos que os reis estão mesmo mortos. - Disse Shura.

- Nós vamos partir para lutar contra o Eixo do Caos. Já avisamos sobre Safira. O Mestre está disposto a enfrentá-la mesmo ciente dos riscos. - Completou Dragon.

- Vão dizer a ele quem eu sou na verdade?

- Por mim, tanto faz. Você, rainha ou não, não é mais nada por aqui. - Disse Dragon.

Shura falou antes de se despedir.

- Eu lamento mesmo, Valquíria.

Ela virou a cabeça. Fechou os olhos em lamentação.

Capítulo 2#

O Mestre observava o céu de sua janela.

Carpa entrou para anunciar;

- Mestre, o Mundo Fafito e o Mundo dos Sapos estão em guerra. Shura está na linha e deseja saber o que deve fazer.

- Ah... esses peixes pequenos. Diga que não faça nada.

- Mas senhor, se o Mundo dos Sapos atacar um local onde encontram-se membros da Ordem do Zero, que são Shura e os Leões da Proteção, não estariam atacando a própria Ordem?

- Mande Dragon para o Mundo dos Sapos. Assim os dois lados terão membros da Ordem e essa teoria se anulará.

- Entendido. - Disse Carpa, mas antes de sair, parou e perguntou:

- O senhor parece preocupado Mestre?

- Sim, Afrodite. Aquele repórter não estava errado. O Eixo do Caos está reunindo diversos mundos sobre sua suposta proteção. Eles podem ser uma ameaça no futuro. Por isso estamos distribuindo membros da Ordem por diversos lugares. É como um jogo de tabuleiro. Nós colocamos uma peça ali e naquele lugar eles não podem mais entrar. Mas eles colocam em outro campo, e é lá que nós perdemos território.

- Eu entendo, senhor. Isto é mesmo preocupante. O senhor devia aliviar o estresse um pouco. - Disse Carpa com a voz sedutora.

- Concordo. - Respondeu o Mestre enquanto Afrodite sorria, mas ele completou: - Chame Morgana aqui.

Carpa ficou muito irritada. Mas abaixou a cabeça em cumprimento e se afastou.

Morgana entrou na suíte.

- Mandou me chamar?

- Sim, eu mandei.

Ele foi em direção a ela e ficou a rodeando, analisando seu corpo.

- Incrível... passam-se os anos e você continua incrivelmente sedutora.

Mas quando foi lhe tocar, Morgana falou:

- Mestre eu preciso falar com o senhor.

- Diga. - Disse ele sentindo o seu cheiro de perto.

- Eu quero me afastar um pouco das atividades de guerra.

O Mestre se surpreendeu e sorriu.

- Ótimo. Assim nós podemos passar mais tempo juntos.

- Perdoe-me mestre, acho que não me posicionei bem. Eu desejo me afastar da Ordem, provisoriamente é claro.

O Mestre fez cara de decepção. Em seguida, com sua arrogância, deu alguns passos e perguntou:
- Está acontecendo algum coisa? Ainda chateada por ter enfrentado criaturas de sua espécie? Já faz algum tempo.

 - Bem na verdade...

- Morgana, eu te encontrei em meio a um inverno, sozinha e prestes a morrer. Eu cuidei de você, e você só é quem é hoje graças a Ordem do Zero.

- Não estou reclamando, senhor. Ao contrário, sou muito grata a tudo que fizeram por mim.

- Mas então qual o problema? - Falou ele aflito a segurando pelos braços.

- A magia branca nunca deveria ser usada para o mal.

- Eu sei, e é por isso que ela é bem mais poderosa do que a magia negra quando usada para atacar.

- Entendo mestre, mas ela está me ferindo. Se eu não parar por um momento, irei apodrecer por dentro. É isso que o senhor quer?

O Mestre suspirou fundo e se afastou. De costas perguntou:

- Onde deseja passar suas férias então?

- Estive estudando mestre e o Mundo Fafito é um local de intensa energia positiva. Lá estão se agrupando criaturas incrivelmente poderosas. Se algum dia elas resolverem se voltar contra a Ordem, isso seria um grande problema.

O Mestre permaneceu pensativo. Morgana continuou:

- Posso ficar por lá ao lado de Shura e dos Leões. Ficarei vigiando para ver se podem representar uma ameaça ou não. Enquanto descanso, estarei também a serviço da Ordem. Seria bom para todos nós.

- Não para mim. - Disse ele, passou por ela e trancou a porta. 

Morgana engoliu seco, mas permaneceu parada.

- Mas... como eu posso te dizer não, não é mesmo?

- E-eu fico grata, senhor...

- Você precisa de mim... e eu preciso de você. E como eu preciso de você. - Sussurrou ao seu ouvido enquanto uma lágrima escorria no canto do olho esquerdo de Morgana.

Algum tempo depois, ela se encontrou com Conrado e Katherine que treinavam lutando um contra o outro.

Katherine derrubou Conrado e montou sobre ele.

- Vinte e três a zero! - Disse ela sorrindo.

- Ai... me ferrei... Eu tenho que parar de facilitar para você.

- Facilitar? Se isso ficar mais fácil eu vou ser obrigada a lutar contra uma pedra. Fala sério, até uma rosa sabe se defender melhor.

- E como uma rosa poderia se defender?

- Elas possuem espinhos... - Disse Morgana se aproximando.

Os dois se colocaram em posição de sentido. 

- Nós vamos para o Mundo Fafito.

- É uma missão? - Disse Katherine animada.

- Sim. Mas você não vai Kathy.

- Ah mais por que?

- Foi uma exigência do Mestre. Você ainda não está pronta. Vamos somente eu e Conrado.

- Como assim não estou pronta? Você não viu o que eu fiz contra o exército de escorpiões?

- Foi um golpe de sorte. - Disse Conrado aborrecido.

- Sorte? Eu incinerei todos usando somente um ataque de fogo.
- Já está decidido Katherine. Você fica na Ordem. Conrado e eu partimos amanhã.

***

Alguns verões se passaram. O Mundo Fafito vivia em paz, após um acordo pacífico feito entre a rainha Valquíria e o rei Bruce ter posto fim a guerra com o Mundo dos Sapos.

Águia Dourada havia tornado a pequena Kathy em uma arma fria, mortal e incrivelmente poderosa. 

Mas as crescentes disputas por território entre a Ordem do Zero e o Eixo do Caos tornaram-se muito mais acirradas. 

Carpa entrava na sala de reuniões da Ordem para passar as novas informações:

- Caros senhores, informações sugerem que o Eixo do Caos anexou o Mundo dos Sonhos. Este reino faz divisa com o Mundo dos Sapos e o Mundo Fafito. Estamos sabendo também que Lasley, a imperatriz do Mundo dos Sonhos está no Mundo dos Sapos para negociar uma aliança. A julgar que Dragon, um membro da Ordem do Zero encontra-se no Mundo dos Sapos, esta é uma ameaça clara de que os tempos de guerra de tabuleiro estão próximos do fim.

- O Eixo do Caos está negociando anexar o Mundo dos Sapos disfarçadamente, utilizando a imperatriz do Mundo dos Sonhos para realizar essa transação. Eles nunca se aproximaram de algum mundo onde haja um membro da Ordem do Zero antes. - Comentou Aldebaran indignado.

- Já passou da hora de darmos um fim ao Tentáculo e sua sede de poder. - Concluiu Águia.

-Calma meus amigos. Onde vocês veem problemas, eu vejo oportunidades. - Disse o Mestre e Carpa falou por todos:

- Acho que não entendemos, senhor.

- Coloque Morgana em vídeo conferência.

A imagem de Morgana apareceu no vídeo.

- Morgana, quanto tempo. Como andam as coisas aí no Mundo Fafito?

- Olá, mestre, genereais. As coisas estão pacíficas. O Mundo Fafito abriga grandes guerreiros, mas até o momento não tem intenção nenhuma de batalhar contra qualquer outro reino ou instituição que seja.

- Entendo. Bem, eu quero que você provoque uma guerra entre este mundo e o Mundo dos Sapos.

Morgana se assustou:

- Por qual motivo senhor?

- Para que se instaure o caos.

Todos olharam para o Mestre e em seguida para Morgana.

- Com o caos instaurado, nós iremos intervir e dominar os Mundos dos Sapos e Fafito de uma só vez. Será uma enorme perda para o Eixo do Caos. 

Morgana permaneceu em silêncio. Até se pronunciar e surpreender a todos.

- Lamento senhor, mas não posso fazer isso.

- O quê?

- Han?

- O que se passa com essa coruja? - Perguntou Carpa enquanto todos se entreolhavam e o Mestre permanecia quieto.

- Explique-se melhor, minha cara. - Solicitou o Mestre.

- Eu... eu não posso enganar os habitantes desses dois mundos e conspirar para criar uma guerra que não existe. Os dois mundos vivem em paz e... bem. Eu fiz amigos aqui.

Calados por alguns instantes, todos na mesa começaram a gargalhar.

Morgana apenas os observava.

- Você? Fez o quê? - Disse Águia enquanto ria.

- Amigos, você não ouviu? - Respondeu Carpa, gargalhando.

O Mestre sorriu, então limpou a garganta e disse muito sério:

- Morgana, eu lamento pelas suas amizades. Mas eu já tenho concedido muitas regalias a você, como o fato de você estar aí, afastada, enquanto o mundo está um caos. Isto é uma ordem soldado. Apenas... cumpra-a.

A coruja feiticeira abaixou a cabeça. Respirou fundo e respondeu antes de encerrar a sessão:

- Me desculpe. Sim senhor.

Carpa olhou para o Mestre e falou:

- Está coruja está muito abusada. Permita-me eu mesma ir para o Mundo Fafito e cuidar desta missão, senhor?

- Não Afrodite... Deixe-a. Ela vai fazer o que eu pedi. Eu tenho certeza.

Morgana, no Mundo Fafito, olhava para o céu.

Olhou para uma foto onde estavam todos os habitantes do Mundo Fafito, comemorando um aniversário seu. Antes de ir para lá, ela nem sabia o que era um aniversário.

Olhou para a fotografia. 

E a amassou. 

Capítulo 1#

- "Senhoras e senhores, o mundo está um caos.

Diversas famílias, organizações, grupos estão lutando uns contra os outros para conquistar o poder, fingindo lutar por liberdade.

Estamos reunidos aqui, os seres mais poderosos, provindos dos mais distantes mundos, unidos com um só propósito.

Nós somos a única esperança de que o equilíbrio permaneça e que todas as criaturas deste universo possam viver em paz.

O mundo está um caos, e nós seremos a Ordem.

A Ordem do Zero."

Assim se encerrava o discurso do Mestre da Ordem do Zero em uma reunião com representantes de diversas localidades do mundo.

Na saída, repórteres faziam perguntas ao Mestre, cercado de seus fíeis escudeiros, a Águia Dourada e o Elefante Aldebaran.

- Mestre, Mestre, por favor!! É verdade que a Ordem do Zero foi decisiva para os urubus a vencerem diversas batalhas contra o clã das corujas? - perguntou uma repórter.

- As corujas tem energia positiva. Os urubus negativas. Assim como em outras guerras, a Ordem sempre auxilia o universo a manter o equilíbrio entre as forças na natureza. Não nos entenda mal, a justiça apenas foi feita.

- Mestre, aqui!! Estão dizendo que a Ordem apenas interfere contra pequenos reinos e organizações, mas não faz nada contra os crescentes ganhos de território das grandes instituições como a Trinca ou o Eixo do Caos, o que o senhor tem a dizer a respeito?

- Ora meu caro, estamos aqui para manter a paz, não para começar novas guerras. A Ordem do Zero não vê nenhuma ameaça ou necessidade de se voltar contra as famílias citadas. Caso algum dia haja, providenciaremos para que o zero permaneça absoluto.

- Mestre, Mestre?!

- Sem mais perguntas, boa noite. - Disse o Mestre se afastando enquanto o empurra empurra e falatório continuava.

Nos bastidores, a Carpa se aproximava para lhe falar:

- Mestre, a Trinca deseja uma reunião com o senhor, agora que Excalibur foi capturado.

- Excalibur? - Disse com um sorriso. - Não foi ele quem lesionou o Tentáculo, imperador do Eixo do Caos? Hum...  Pensou um pouco e continuou: - Ele seria uma bela arma de combate ao nosso lado.

- Soul Excalibur? Ele é indisciplinado e violento. Não serve para servir ao seu lado senhor. - Disse Aldebaran.

- Ele é o único dragão mortal que existe. Podemos entregá-lo ao Eixo como um sinal amigável. Com certeza eles irão executá-lo. Além de mostrarmos ao Eixo que não temos nada contra eles, nós eliminaremos um dragão. Quanto menos dessas pragas no mundo, melhor. - Sugeriu a Águia.

- Não é bem assim. Soul Excalibur é o último dragão da família de espadas e a Trinca não quer que ele seja morto. - Argumentou a Carpa.

A Trinca está confusa entre eles próprios. Excalibur descobriu uma maneira de aprisionar dragões. Já que eles não morrem, essa gaiola é a única coisa que temem. O dragão se tornou uma ameaça para a própria espécie. - Disse Aldebaran.

O Mestre tomou seu néctar e olhou para sua equipe.

- Vamos ver o que Morgana tem a dizer a respeito.

***

Já em sua base. O Mestre se reunia com seus genereais e um telão exibia os grandes dragões da Trinca em uma vídeo conferência.

- Boa noite meus caros.

Estavam na Trinca M. Augustus o imperador da família de Paus, Sofia Glória, a rainha do clã de Copas, e os irmãos Lázaro e Límulo, os representantes do reinado de Ouro.

Augustus falou:

- Boa noite Ordem. Estamos aqui para falar do destino de Soul Excalibur.

- Vocês não podem entregá-lo ao Eixo do Caos. Eles irão matá-lo. E nós, os dragões, já estamos em número limitado nesse novo mundo. - Disse Lázaro.

- Por mim podem matá-lo. Excalibur acabou com toda sua família. O que acha que ele vai fazer contra a Trinca. - Esnobou Glória.

- Sofia, um momento por favor. Um dragão é um dragão. E nós temos que estar unidos e zelar pela existência de cada um deles.  - Respondeu-lhe serenamente Máximus Augustus.

- A Ordem do Zero está ciente sobre a extinção dos dragões. - Disse o Mestre recebendo a revolta dos dragões e muito burburinho. Corrigiu-se. - Perdão, meus caros, quis dizer que estamos cientes dessa quantidade limitada de seres da sua espécie e estamos ao lado de vocês. Prova disso é termos Shura e Dragon, dois dragões das famílias de Ouro e Paus que servem a ordem do Zero.

- E o que pretendem fazer? Vão mandá-lo ao Tártaro, a prisão da Ordem do Zero? - Disse Lázaro.

- Ele é um dragão que cometeu crimes contra dragões. Vocês devem entregá-lo a nós para que cuidemos deste caso. - Falou Límulo.

- Excalibur cometeu crimes contra outras espécies também, meus irmãos. - Disse Shura. - Infelizmente este é um assunto que não diz respeito apenas a nós.

- Soul cometeu um ato de rendição. Ele salvou a vida de dois membros da Ordem recentemente. Estamos em dívida com ele. - Disse o Mestre e o que se ouviu foram risos irônicos e comentários indignados de todos presentes.

- E o que pretendem fazer? Vão proteger um criminoso? - Perguntou Augustus.

- Temos um destino apropriado para ele. Excalibur vai ficar no Mundo Fafito aos cuidados de um dragão, Shura, como uma prisão domiciliar. É um mundo neutro, não estamos querendo conflitos nem com vocês ou com o Eixo do Caos. Essa medida é provisória, mas por enquanto é isso o que faremos. 

- Isso é um absurdo. - Disse ferozmente Límulo.

- Estão protegendo um assassino!! - Criticou Lázaro.

- Senhores acalmem-se. Isto já está decidido. Estamos encerrando esta reunião. - Disse com soberania o mestre enquanto M. Augustus o encarava friamente nos olhos.

- Tudo bem... por enquanto. - Respondeu Augustus e desligou.

O Mestre respirou fundo.

Todos se entreolharam.

- Mundo Fafito? É o reinado do príncipe Babar, irmão de Aldebaran O que o senhor deseja com isso? - Perguntou Shura.

- Estudos de Carpa demonstram uma tensão entre o Mundo Fafito e o Mundo dos Sapos. Se eles entrarem em guerra, vai ser um péssimo local para se estar um dragão mortal. Caso sobreviva, ele pode ficar lá até encontrarmos um modo de utilizá-lo a nosso favor.

***

Mais tarde, Morgana e Conrado chegaram na Base trazendo uma ave recém nascida.

- Morgana.

- Mestre.

- Senhor. - Disse Conrado.

- Que belo problema me arrumou han? Agora temos um dragão sob nossa custódia. Ele salvou mesmo a vida de vocês? - Perguntou o Mestre pegando uma taça de néctar e sentando-se em uma poltrona.

- Sim, Mestre.

- Morgana, por favor. Nós podíamos tê-los ressuscitado com a Árvore da Vida, não precisava deixar-se proteger por um mero dragão.

- Mestre, com todo respeito, acho que nem o senhor mesmo desejaria morrer e ser ressuscitado. - Disse Conrado e recebeu o olhar enraivado do Mester e assustado de Morgana, que tomou logo de tomar a palavra.

- Mestre, nós o obrigamos a entregar isto:

O Mestre olhou para a criança e disse:

- Não somos um orfanato. O que você quer com essa ave? Dei-a para algum clã criar.

- Esta ave é filha de outra que faleceu. Mas esta que faleceu possuía o "Ventre".

A coruja Mestre arregalou os olhos:

- O "Ventre"... A capacidade de dominar os poderes da natureza? Interessante.

- Eu imaginei que ela possa ser um bom soldado de luta.

- Muito bem. Vamos ficar com ela. Mas há algum tempo você teria deixado-a para morrer.

Morgana consentiu e virou-se para se ausentar.

Antes de ir embora, o Mestre lhe falou.

- Você está amolecendo, Mestre das Magias Brancas.

Ela abaixou a cabeça e ausentou-se.

Do lado de fora, Conrado conversava com sua mestre.

- Mestre Morgana... eu pensei que falaria com ele sobre aquele assunto.

- Acalme-se Conrado. Eu vou falar com ele, mas não agora.

- Mas mestre, ele nos fez lutar contra nossa própria espécie. Graças a nós, o clã das corujas foi aniquilado. Você mesma disse que depois disto, você sairia da Ordem do Zero.

- Conrado, cale-se!! - Disse Morgana alterada. Mas respirou fundo e continuou: - Estamos aqui para servir. Se a Ordem decidiu que deveríamos lutar contra as corujas, somos apenas soldados e cumprimos ordens. Também estou cansada e não desejo continuar com essa vida de exterminadora. Mas vamos com calma. O Mestre é uma criatura difícil de lhe dar, ele pode entender que estamos desertando e julgarmos inimigos da Ordem. Depois dessa batalha com Excalibur, eu vou pedir um tempo para descansar e pensar na vida.

 - E para onde vamos?

- Eu ainda não sei.