terça-feira, 10 de março de 2015

Capítulo 5#

- Plutão, meu filho, é um prazer revê-lo.

- Meu nome é Soul.

- É a segunda vez em que me visita em 600 anos e novamente precisa da minha ajuda.

- Fui tratado melhor da última vez que vim.

- O que você esperava? Você perdeu todo o poder que lhe dei, o que lhe ajudei a conquistar, fora o que você já tinha. Você deixou de ser um dragão. É apenas um lagarto gigante que não solta fogo. Uma desonra para todos os Excaliburs.

Soul Excalibur sorriu por um momento e respondeu ao seu pai:

-  E ser uma estátua de ferro deve ser bem honroso. Escuta, foi muito trabalhoso vir até aqui sem caminhando, então se não tem nada para me ajudar eu...

- Espere. Ainda existe um modo de você não ser totalmente inútil.

Os olhos do filho frisavam Magenta Excalibur, que prosseguiu:

- Filho, você destruiu os seus irmãos e por tua causa sua mãe também se foi. Somos os únicos Excaliburs vivos. A diferença é que eu tenho poder e nenhum corpo, e você só o corpo.

- Acha que eu vou trocar de lugar com você para ficar parado e sozinho em cima de uma montanha? Isso é pior que estar morto.

- É uma troca momentânea, você pode fazê-la sempre que achar necessária.

S. Excalibur se vira e de longe se despede:

- Vai sonhando, velho.

***

Efito e Juanito deixaram o Mundo Fafito.

Seguiam em direção ao norte, rumo as zonas quentes do equador, onde se localizava um deserto.

- Céus... que calor. - Reclamava Efito, o lobo.

- Maricón.

- Hunf! Pra você é fácil aguentar essa sol, veio do México...  - Continuou a lamentar o lobo. Observou o coelho e completou: - Poderia ao menos tirar esse cachecol? Não sabe a aflição que isso me dá.

- ¿Qué ha pasado aquí? Hay restos óseos en todas partes. - Disse Juanito, mais preocupado com o cenário, repleto de esqueletos de aves por todos os lados.

- Você não sabe? Excalibur assassinou um milhão de urubus neste deserto.

- Un millón?

- Sim... - Arfando. - As carcaças estão aumentando. Devemos estar perto.

- Cierre a qué?

- Daquilo.

Os dois amigos avistavam em meio a poeira e o calor insuportável que fazia o monte de rochas, no meio do deserto, parecer uma miragem.

Se aproximando, eles viram uma caverna no meio do monte.

Efito observou com os olhos quase fechados, devido as nuvens de areia. Gritou:

- Excalibur!!

Nada aconteceu.

Então ele insistiu:

- Excalibur!! Apareça!! Sabemos que está aí!!

-Lo Excalibur haciendo aquí, solo en el medio del desierto?

Efito respirou fundo. Respondeu olhando para Excalibur que aparecia do alto da caverna:

- Se escondendo... esperando a morte chegar.

Excalibur o olhava nos olhos. Desceu até eles.

- ¿Qué estás haciendo hombre? - Perguntou Juanito indignado.

- O que vocês querem? - Perguntou Excalibur com voz sombria. - E como me acharam?

- Ágatha nos disse que estaria aqui.

- Quem?

- Ela diz ser do clã da rainha do Mundo Fafito e que estava na batalha no Mundo dos Sonhos. Ela também nos contou que você perdeu seus poderes e por isso teria se exilado aqui.

Excalibur permaneceu confuso. Perguntou:

-Esta tal Ágatha disse que é do mesmo clã de Valquíria?

- ¿Quién es ese Valkyrie?

O dragão piscou os olhos e então entendeu. Lembrou do feitiço que a bruxa lançou sobre os reis, e que ninguém mais lembraria da existência deles.

- Não é ninguém. Sumam daqui.

Efito prestou atenção a Excalibur. Pensou consigo mesmo:

"Valquíria... então é esse o nome da nossa rainha."

Excalibur se virava para subir de volta a caverna quando Efito o interrompeu:

- Espere Excalibur! Precisamos da sua ajuda.

Ele parou, suspirou e continuou muito bravo:

- Já disse para me deixarem em paz.

- Olha Excalibur, eu sei que deve estar sendo difícil pra você ter perdido todo o seu poder. Está fragilizado, achando que não pode mais fazer nada de útil na vida, eu entendo. Mas nós estamos aqui para dizer que você ainda pode fazer a diferença.

Excalibur ficou parado. Então simplesmente ignorou-os e começou a subir as rochas.

O coelho se irritou:

- No le des la espalda, cobarde!

O dragão saltou até o coelho e agarrou o coelho pelo cachecol:

- Eu ainda tenho garras e dentes, coelho. - Ameaçou.

- Escute Excalibur, o que temos a fazer é algo extremamente grandioso. Talvez até, você consiga seus poderes de volta. - Disse Efito, de pronto para separar os dois.

Excalibur que encarava Juanito, olhou para o lobo. então soltou o coelho que, irritado, limpou-se de onde o dragão havia lhe segurado.

Bufando, Excalibur perguntou:

- Em que diabos querem a minha ajuda?

Efito suspirou em alivio. Então, mais calmo, explicou:

- Precisamos que nos leve até a espada do Rei Arthur. Soubemos que ela encontra-se sob domínio da família Excalibur na Grã-Bretanha. Você é o último Excalibur vivo. Ela é sua por direito.

O dragão ficou pensativo. Então falou:

- A Trinca ficou responsável pelo castelo e todas as posses da família de espadas. Devem haver guardas por lá.

- No te preocupes dragón, haremos que su seguridad. - Disse Juanito e empunhou suas armas: -  Con esta aquí!

Excalibur pareceu irônico e comentou:

- Irão precisar de mais do que balas para enfrentar a Trinca. São os dragões mais poderosos da Terra.

- Precisamos tentar, Excalibur. Só assim poderemos trazer Liah, Panda e nossos reis de volta a vida.

O dragão olhou para Efito desconfiado.

Seguiu andando.

- Oye, ¿va?

- Vamos andando... a Europa é muito longe daqui.

Efito ficou estático vendo o dragão se afastar. Mas olhou para Juanito e sorriu. O coelho retribuiu o sorriso e eles seguiram Excalibur em meio a tempestade de areia.

***

No Mundo Fafito, Marina conversava com o Mestre:

- Então você quer deixar o Mundo Fafito? - Perguntava o Mestre.

- Bem, meu senhor, agora que os nossos reis foram assassinados, e que o senhor instituiu Aldebaran para ser o provisório administrador deste reino, eu não tenho mais motivos para permanecer aqui. Retornarei ao meu antigo lar e lá passarei os últimos dias que me restam.

- Até onde sei, tartarugas vivem muitos anos. - Comentou o Mestre e riu. Continuou: - Tem certeza de que quer passar tanto tempo assim sozinha e isolada de tudo? Sem falar que o Templo de Poseidon foi anexado a domínios do Eixo.

- Bem, de qualquer forma, ainda é o meu lar. E eu tenho certeza de que a Ordem do Zero irá acabar com o Eixo do Caos. Em breve lá se tornará um local livre novamente.

- Concordo. Bem... vá em paz tartaruga.

Marina consentiu e se afastou.

- Um estorvo a menos por aqui. - Pensou a coruja.

***

Mais tarde, Afrodite batia a porta do quarto no palácio, onde o Mestre apossou como seu aposento.

- Mestre!!

- O que houve Afrodite? Já é tarde.

- Perdoe-me senhor. Fiquei sabendo que a tartaruga Marina partiu do Mundo Fafito.

- Sim, é verdade, algum problema.

- Na verdade sim, senhor. Hoje o coelho Juanito e o lobo Efito também partiram daqui. Todos estavam na reunião secreta que Morgana comentou. Eles estão se dividindo por algum motivo.

- Entendo. - Disse o Mestre pensativo. - Morgana tinha razão, estão conspirando. Carpa, vá até os Leões e digam que empeçam a forasteira de se ausentar do Mundo Fafito também. Mande a Águia atrás destes elementos e vá você mesma investigar o destino de Marina. Quero todos aqui de volta sob nossa custódia já!

- Sim senhor, agora mesmo, senhor. - Disse Afrodite e partiu.

- Que estão tramando habitantes do Mundo Fafito? - Falou consigo mesmo, frisando os olhos e fechando a mão, o Mestre.




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