quinta-feira, 16 de junho de 2016

Capítulo #6

Começava a caçada aos habitantes do Mundo Fafito.

A Águia Dourada, Aiorios, seguiu Excalibur, Efito e Juanito até Tunísia, de onde eles pretendiam viajar até a França. 

A Carpa, Afrodite, partia em perseguição a Marina, que se dirigia para o Mar Mediterrâneo, mais precisamente a Grécia, mas ainda estava atravessando o Atlântico. 

Já o Destino de Ághata, ou Valquíria, era o Egito, mas ela ainda não iria muito longe das fronteiras do Mundo Fafito, estava ainda no Mundo dos Sapos, quando seria interceptada por velhos amigos. 

Valquíria voava na escuridão da noite quando dois raios dourados passaram atingindo-a no ar que perdeu o equilíbrio e foi caindo, quebrando os galhos das árvores, até se chocar no chão.

Á frente dela, os raios se chocaram na terra, levantando poeria e estilhaços, até que a vista se tornasse límpida novamente, e ela avistasse Saga e Kanon.

- Senhora, lamentamos mas recebemos ordens de interceptá-la e levá-la de volta ao reino do Mundo Fafito. - Anunciou Kanon.

- As ordens partiram diretamente do Mestre da Ordem do Zero. Não temos alternativa, a senhora precisa nos acompanhar... majestade. - Completou Saga, lembrando que não deixava de mostrar respeito aquela que era sua rainha.

- E por que o uso da violência? - Perguntou Valquíria se limpando da terra. - Era só ter pedido e eu voltaria. Por que me derrubar lá de cima?

Os leões se envergonharam e abaixaram a cabeça pedindo desculpas. A coruja continuou:

- Eu sei por que. Vocês saltaram para me alcançar... Já que leões não voam!!

Disse ela e saiu voando no sentido contrário.

Os leões se entreolharam e correram atrás dela.

Valquíria foi ganhando altura pouco a pouco e os leões foram correndo e saltando de galho em galho, cada vez mais alto até Saga pular e tocar de raspão com sua garra em Valquíria, como em câmera lenta, ela olhou para ele e sorriu a medida que o sorriso dele se fechou e começou a perder o impulso do salto e a se distanciar dela.

Mas no mesmo instante Kanon saltou mais alto que os dois e caiu com violência sobre a coruja quando os dois vieram ao chão.

Kanon saiu de cima dela e Saga se colocou ao lado dele. 

Valquíria olhou para os dois, muito ferida.

- Eu sinto muito, senhora. - Disse Saga.

- Mas daqui não passará. - Entonou Kanon.

***

Com o sol já nascendo, Excalibur, Juanito e Efito se encontravam as marges do Mar Mediterrâneo. 

- Como pretendem atravessar para o velho continente? - Perguntou o Dragão.

- Da mesma forma que vinhemos para a África, certo coelho?

- ¡Sí señor!

De dentro do seu cachecol, (Isso mesmo, de dentro do seu cachecol), Juanito tirou um monomotor.

¡Ahí está!

O dragão olhou incrédulo para aquela cena.

Eles embarcaram.

Ao longe, a Aioria entrava em contato com o Mestre, por rádio:

- Mestre, senhor, os suspeitos entraram em uma espécie de carruagem alada, eu não sei bem o que é.

- Um avião?

- Deve ser, aqueles veículos antigos dos extintos humanos. O que devo fazer?

- Bem, vejamos: Um coelho e um lobo de pelúcia e um dragão que não tem poderes... Pra que eles nos servem?

E via rádio, a águia cerrou o olhar e abriu um sorriso doce.

- Mate a todos. Faça parecer um... desastre aéreo. Ha! Ha! Ha! - Ordenou o Mestre.

E dentro do avião, o lobo e o coelho se divertiam:

- Nossa, que vista linda! - Disse Efito.

 - Tenga cuidado con las turbulencias! - Falou Juanito e começou a fazer manobras, chacoalhando todos dentro da aeronave.

- Ei! Estou ficando enjoado, acho que vou vomitar... - Reclamou, enauseado, Efito.

- Oh, no, usted ha vomitado en el viaje pro Sahara. - Contestou o coelho.

- Pare com isto, vai nos derrubar e... - Dizia Excalibur, mas o instinto lhe fez perceber algo. - Esperem. Esperem!!

E todos ficaram quietos. O dragão continuou:

- Estamos sendo seguidos.

- Sin embargo, no aparece nada en el radar. 

- É Aioria, posso sentir aquela águia maldita se aproximando.

- Já estou vendo. E está se aproximando rápido! Juan, essa bagaça não voa mais rápido? Vai nos alcançar!!

- Estoy intentando amigo!

O dragão olha para todos os lados, e então tem uma ideia.

- Efito, Efito!! Use a tempestade, aquela que você usou quando batalhou contra mim. Isso vai atrasá-lo.

- Certo.

De repente o tempo foi fechando e trovoadas puderam ser ouvidas.

A águia diminuiu a velocidade ao perceber que o centro da tempestade vinha exatamente da aeronave. 

Mas num instante tomou o céu de toda aquela região.

Dentre do avião, o vento e os raios só aumentavam até que os olhos de Efito se acenderam num brilho azul e incandescente e diversos raios começaram a cair em todas de todas as nuvens.

Aioria de pronto desviou de um raio, dois, mas a frequência aumentava e ele foi atingido. Desviava de outros, mas foi sendo atingido e eletrocutado até ir perdendo altitude e cair na água, esfumaçando,

- Pegou ele!! - Comemorou Excalibur, enquanto Efito permanecia em transe, controlando as forças da tempestade, mas Juanito alarmou:

- Sí, pero los rayos son obstáculos para nosotros también!

- Aaaaaaaaaah!!! - Gritaram todos ao serem atingidos por raios.

O avião explodiu, a alguma distância da costa e os tripulantes foram jogados para longe e caíram no mar.

Algum tempo depois, as ondas do mar se chocavam com as rochas.

Na praia mais próxima, elas trouxeram os corpos de cada um dos tripulantes. 

Tossindo, Excalibur se levantou e observou seus companheiros mais distantes.

Eles estavam péssimos. Pelúcias quando molham perdem muito da mobilidade.

- Vou seguir sem vocês. Me alcancem quando secarem.

- Espere... Ex-Excalibur.,, - Sussurrou Efito enquanto cuspia água e prosseguiu. - É perigoso... ir sozinho.

- Agora vocês são um estorvo. Eu sigo sem vocês.

- Tiene razón, niño. - Disse Juanito e chamou o dragão, tirando um rifle de dentro do cachecol e entregando para ele, dizendo. - Tome este amigo, será de gran utilidad.

Excalibur olhou repreensivamente e o ignorou. Seguiu caminhando sobre a areia rumo a floresta.

O Dragão adormeceu em uma caverna na floresta e continuou sua caminhada no segundo dia.

Avistou o castelo de sua família, originalmente na França. Estranhou não haver ninguém por aí.

Na Grã-Betanha localizava-se os domínios da família de paus, na Áustria-Hungria o da de copas  e nos países nórdicos o de ouro.

As portas do castelo, ele foi tomado por uma sombra.

- Você demorou. - Disse Excalibur ao ser que pousava majestosamente as suas costas. 

- Belo truque com os relâmpagos. Não foi obra sua, eu suponho. - Respondeu a águia dourada e ao dragão virar-se para ela, concluiu. - Já que não tem poder nenhum.

- E você veio bancar o anjo exterminador, eu suponho.

- Não antes de descobrir o que veio fazer aqui tão longe,

- Está brincando? Essa resposta é o que me mantem vivo.

A águia sorriu. Caminhando ao redor de Excalibur, zombava dizendo:

- Soul... Soul... Soul Excalibur. Quem diria, um dragão um dia temido, admirado, hoje não passa de um verme prestes a ser exterminado.

Após rodeá-lo, Aioria insistiu nas provocações.

- O que houve? Nenhuma palavra? Não está com medo, está?

- Só um tolo para temer uma criatura ridícula como você. 

Aioria se enfurece, chuta o dragão com sua pata para o alto e antes de começar a cair, voa em sua direção atingindo com o bico como uma flecha, faz a volta e o atinge novamente, mais outras quatro vezes, em uma questão de milésimos.

De olhos e feridas abertas, Excalibur cai em direção ao solo sem sequer saber como foi atingido.

Desaba em meio a cortes profundos e uma poça de sangue.

A águia pousa novamente.

- E então? Está com medo agora? Acha que eu não vou te matar por que quero saber o que vieram fazer aqui? O Mestre quer que vocês se explodam. Minhas ordens são apenas para limpar a terra de pragas como você. O que eu te perguntei foi por exclusiva curiosidade minha. 

Cuspindo sangue, Excalibur se levanta aos poucos e fala:

- Claro que... esse trabalho ridículo coube a você, o menos necessário na Ordem do Zero... Só mais... - E agora rindo. - Uma marionete do Mestrem ha! ha! ha! cof! Cof!

- Ha! Ha! - Ri ironicamente a águia. - Você é um lixo mesmo. Tem mais alguma coisa a dizer antes de eu fincar minha garra e arrancar seu coração fora?

- T-tenho... tenho sim... Cof! Cof! Diga-me como é ser manipulado por outro homem?

Aioria enraivece e lança um faz um ataque sonoro que devasta tudo a sua frente e lança Excalibur contra o portão, fazendo entrar no castelo quebrando tudo até se chocar contra a parede e cair no chão no salão principal.

A águia preparava-se para entrar atrás do dragão quando foi chamada pelos garotos.

- Parado allí, pájaro sucio!

Ele olhou para trás e Efito se juntou ao coelho dizendo:

- Não vamos deixar você atacar nosso amigo sem lutar.

Lá dentro, apenas a luz do sol penetra feixes nas janelas de vidros quebrados. Mas no meio do salão encontrava-se, repousando sobre um suporte, a Espada Excalibur.

Sem mal conseguir abrir os olhos, Soul observava o brilho da espada espelhando a luz do ambiente. 







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